São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 1994 |
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Polícia prende donos de asilo em São Paulo
DANIEL CASTRO
Durvalina Maria de Jesus, 80, e seus filhos Francisco Gonçalves e Aurea do Nascimento foram levados ao 58º DP (Vila Formosa), à tarde. Eles negam as acusações. A prisão ocorreu após blitz comandada pelo Ministério Público (MP) em três asilos. Durante a manhã, não foram encontradas irregularidades em duas casas visitadas. A "caça aos asilos" começou na semana passada, quando a casa Jardim Tropical, no Cambuci (centro) foi fechada por manter os internos em condições desumanas. No Recanto dos Idosos, os promotores e técnicos da Vigilância sanitária constataram falta de alimentação, de higiene e de assistência médica. A casa tem 80 internos, mas só há vagas para 30. As mensalidades custam até CR$ 90 mil. O idoso Hisashi Arimo, 76, foi removido para o pronto-socorro do Jardim Ivo em estado grave. Estava desidratado e hipertenso. Todos os internos do asilo aparentavam estar desnutridos. "Estou morrendo de fome", disse à Folha, chorando, Margarida Oliveira, 62. Magra, Margarida implorava um lanche ao repórter. Quase todos os internos do asilo também tem sarna. Os banheiros da casa de repouso são sujos e cheiram mal. Na cozinha –também suja–, só havia macarrão, arroz e farinha. O asilo não foi interditado por falta de abrigos para remover os idosos. O Ministério Público quer que o governo assumam a casa. "A gente ajuda os idosos e trabalha muito. Eles não passam fome", defendeu-se a proprietária Durvalina, que reclamava da falta de apoio oficial. Texto Anterior: Secretaria afasta 61 funcionários de pedágio Próximo Texto: "O governo não ajuda" Índice |
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