São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 1994
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Cruzado é origem do temor

EDUARDO BELO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para o economista Guilherme Dias, a preocupação do governo se deve aos acontecimentos do Plano Cruzado, em 1986.
Na ocasião a safra de grãos foi pequena (54,75 milhões de toneladas). Seria pequena para uma situação normal. Pareceu menor ainda diante das circustâncias.
Houve explosão de consumo com a queda abrupta da inflação em 1986 (de 22,4% em fevereiro para uma deflação de 1% em março, segundo o Índice Geral de Preços da Fundação Getúlio Vargas).
Câmbio
O país passou a importar em grande quantidade. O câmbio se encontrava congelado. Isso barateou os produtos importados e favoreceu a importação.
"Houve muita especulação", afirma Dias.
Para o economista, "é precipitado" falar em controle e importação agora porque não deve ocorrer especulação com estoques.
Ele argumenta que os juros elevados estão fazendo com que ninguém do comércio procure ficar com mais mercadoria que o necessário.
Se os juros permanecerem altos depois da introdução do real, os estoques continuarão baixos.
Segundo o economista Paulo Molinari, da Safras e Mercado, o produtor vai deixar de ganhar no mercado financeiro.
A remuneração que antes era conseguida em aplicações nos bancos agora deve vir do próprio produto. Dessa forma, o preço real tende a subir.
Ele diz que tanto produtores quanto empacotadores (indústria) estão "dosando as vendas" de acordo com a necessidade de caixa.
(EBe)

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