São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 1994
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Arnaldo Antunes leva "Nome" para o palco

Show estréia hoje no Rio e vem em junho para São Paulo

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Com um show na noite de hoje, no Canecão (zona sul do Rio), o cantor e compositor Arnaldo Antunes, 33, completa um capítulo e começa um outro de sua carreira-solo.
O show encerra o capítulo iniciado com os lançamentos, no ano passado, de um disco, de um vídeo e de um livro. Tudo –o show, inclusive– com o mesmo nome: "Nome".
O capítulo que se abre é o do próximo CD, que deverá ser gravado até o final do ano. "Este show é um processo meio intermediário", diz o ex-integrante dos Titãs.
"Nome", o show, foi apresentado no último fim-de-semana em Curitiba e chega a São Paulo no início de junho para uma minitemporada no Palace.
Em relação ao disco, o show, segundo Antunes, apresenta uma sonoridade diferente e mais uniforme.
Esta adaptação sonora foi, segundo Antunes, uma das principais causas do intervalo de sete meses entre o CD e o show.
"Eu nem sabia se iria a fazer o show. Mas, no fundo, estava também com saudades do palco", afirma. Antunes não fazia shows desde os tempos de titã (a separação ocorreu há um ano e meio).
Com a saída dos Titãs, foram reduzidos o número de pessoas no palco (havia oito na banda) e a vendagem dos discos de Antunes.
Empilhados, os menos de 10.000 discos vendidos de "Nome" (7.000 até janeiro) não chegariam aos joelhos dos mais de 300.000 exemplares comercializados de "Cabeça Dinossauro", um dos maiores sucessos da antiga banda.
Antunes, porém, demonstra não ter perdido noites de sono com o fato.
"É um recomeço mesmo. Claro que a gente espera uma vendagem maior, mas isto não é algo que me preocupe."
Na avaliação de Antunes, o que foi perdido em vendas foi compensado com a abertura de opções em seu trabalho.
"A diferença básica que sinto é uma maior pluralidade no trabalho. Não dá para dizer que este é apenas um show de rock. Eu gosto desta liberdade de agir", diz.
Segundo Antunes, ocorreu uma espécie de radicalização do trabalho feito nos Titãs.
"Lá já havia esta preocupação de inserir novidades, de não ficar apenas na redundância. Este paradoxo continua."
Neste paradoxo equilibra-se também desejo de Antunes em não sucumbir à tentativa de ver seu trabalho rotulado com o selo de experimental. Antunes –ele garante– continua pop.

Show: "Nome", com Arnaldo Antunes
Local: Canecão (av. Venceslau Braz, 215, Botafogo, zona sul do Rio).
Telefone: (021) 295-3044
Quando: hoje, às 21h30
Ingressos: CR$ 15 mil (pista), CR$ 20 mil (mesa lateral), CR$ 25 mil (mesa central e frisa)
Músicos: Edgard Scandurra, Paulo Tatit, Zaba Moreau, Pedro Ito e Peter Price.

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