São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 1994
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Roman Herzog é o novo presidente alemão

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O colégio eleitoral alemão elegeu ontem Roman Herzog, 60, para presidente da República. O candidato democrata-cristão foi eleito com 696 votos contra 605 do social-democrata Johannes Rau.
Herzog garantiu sua eleição depois que o Partido Liberal retirou a candidatura de Hildegard Hamm-Bruecher no terceiro turno de votação.
A vitória de Herzog com o apoio dos liberais é um sinal de unidade na coalizão de centro-direita liderada pelo chanceler (chefe de governo) Helmut Kohl.
Em setembro, os liberais se afastaram de Kohl após o chanceler ter lançado a candidatura presidencial de Steffen Heitmann, um alemão-oriental ultraconservador.
Heitmann retirou a candidatura dois meses depois, após controvérsias envolvendo as opiniões sobre o passado nazista da Alemanha, imigração e trabalho feminino.
O presidente não dispõe de poder real, mas pode exercer influência sobre a política interna, além de representar o país no exterior.
Apesar da votação ser para um cargo essencialmente honorário, ela ganhou importância por se realizar em ano com 19 outras eleições, culminando com a eleição para o Parlamento federal.
Para Kohl, a eleição "é um bom presságio para o outono", referindo-se à eleição geral de outubro.
No discurso de aceitação, Herzog afirmou representar as melhores virtudes da Alemanha, especialmente uma atitude menos tensa que teria sido adquirida após a Segunda Guerra Mundial.
"Nós alemães nem sempre fomos relaxados. Nós tivemos sucesso em pôr de lado a tensão de uma nação atrasada. Meu maior medo hoje é que isso possa voltar."
"Temos de nos opor a isso. A Alemanha precisa desempenhar seu papel no mundo, mas sem tensão, sem mostrar os dentes."
Primeiro presidente eleito após a reunificação do país em 1990, Herzog recebe o cargo de Richard von Weiszãcker em 1º de julho. Seu mandato é de cinco anos, com direito a uma reeleição.
O colégio eleitoral alemão tem 1.324 membros, metade do Parlamento federal e metade indicada pelos Parlamentos estaduais.
Entre as personalidades escolhidas pelos Estados estão o ex-presidente Walter Scheel, o ex-chanceler Helmut Schmidt, o campeão olímpico Georg Hackl, o líder judaico Ignatz Bubis e o filósofo Jürgen Habermas.

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