São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 1994
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Guerra publicitária atinge marca da CBF

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor de relações externas da Coca-Cola, Carlos Alberto Cabral, disse ontem que a empresa se sente lesada e vítima de "pirataria" da Brahma.
O motivo é o comercial de TV "Festa", que a cervejaria voltou a veicular, em que jogadores aparecem vestidos com uniforme da seleção brasileira.
O filme acabou sendo retirado do ar, na semana passada, por determinação judicial (leia texto abaixo).
A Coca-Cola, que pagou US$ 6 milhões pela exclusividade no patrocínio da seleção, acusa a Brahma de violar um acordo segundo o qual a campanha só seria exibida até o final de janeiro passado.
"Na ocasião, eles reconheceram que estavam errados e pediram um tempo. Fomos surpreendidos com a volta do filme", disse Cabral.
Tanto o anunciante quanto a agência de propaganda Fischer & Justus limitaram-se ontem a informar que o assunto está sendo examinado por advogados e "oportunamente" irão se manifestar a respeito.
A Folha apurou que a disposição da agência é de brigar na Justiça pelo direito de exibição dos comerciais, caso haja argumentos jurídicos favoráveis.
Outro comercial, estrelado por Ricardo Rocha, Zinho e Ronaldo, está sendo concluído esta semana, sem data de veiculação estabelecida.
`Se a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) permitir que qualquer empresa utilize os símbolos de sua propriedade, perderá tudo o que tem para vender e na próxima Copa não vai ter patrocinador", disse Cabral.
Por enquanto, a Coca-Cola não se decidiu por uma ação judicial. Prefere que o conflito seja solucionado entre a Brahma e a CBF, que detém os direitos de comercialização dos símbolos da seleção.
A Coca-Cola tem duplo motivo de queixa. A Kaiser, marca rival de cerveja, tem participação acionária dos fabricantes do refrigerante.
A verba de marketing da Coca-Cola para a Copa do Mundo atinge US$ 20 milhões. A cifra inclui patrocínio de TV, promoções e concursos para consumidores, além de eventos e apoio nos EUA.

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