São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 1994 |
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Moore é fiel a si mesmo em `Infielmente Tua'
INÁCIO ARAÚJO
Produção: EUA, 1984, 96 min. Direção: Howard Zieff Canal: Globo, 15h15 A situação de "Infielmente Tua" é típica: homem (Dudley Moore) casado com bela mulher (Nastassia Kinski) suspeita que ela o traia com um músico (Armand Assante). Não há outro assunto no filme dirigido por Howard Zieff que não seja a incerteza de um homem a respeito dos sentimentos de sua amada. Quando isso ocorre, é muito fácil encontrar sinais de infidelidade. O mais neutro dos gestos torna-se indício de traição. O tema foi desenvolvido originalmente por Preston Sturges em "Odeio-te Meu Amor" (1948), com Rex Harrison e Linda Darnell nos papéis principais. Aqui, Dudley Moore assume o papel do regente de orquestra, o que faz bastante diferença. Na comédia de Sturges, as situações prevaleciam sobre os atores, ou antes, eles estavam lá para servir às situações. Aqui, Dudley Moore –fiel a si mesmo– impõe sua presença sobre a do personagem, o que faz o humor com frequência se perder pelo ralo. A base da história é, em todo caso, um tanto ultrapassada. De 1948 a 1984 a evolução dos costumes deslocou a ambiguidade amorosa. As questões referentes às relações a dois podem não ser menos dolorosas. São diferentes. Colado demais à idéia original, "Infielmente Tua" termina por ser um filme paradoxal: justamente por ter sido feito há menos tempo, parece mais antiquado do que "Odeio-te Meu Amor". Em todo caso, Nastassia Kinski compensa, com sua presença estranha, a fragilidade de Dudley. E o filme sobe no final. É uma opção, embora "Somos os Sacrificados", que a Globo exibe à 0h, seja o filme a reter nesta quarta-feira. (Inácio Araujo) Texto Anterior: Israel prepara parque de diversões bíblico Próximo Texto: Gardel prenuncia o canto do cisne do galã Índice |
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