São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 1994
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PT ensaia recuo no caso do carro de som

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh, vai consultar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se a utilização de carro de som de sindicatos na campanha do PT constitui crime eleitoral.
Enquanto não tiver a resposta do TSE, Greenhalgh recomendará ao PT que suspenda a utilização de veículos de entidades sindicais nos comícios de Lula.
A questão será discutida hoje na reunião da coordenação da campanha de Lula.
Greenhalgh já fez uma consulta inicial ao desembargador Márcio Martins Bonilha, corregedor regional eleitoral de São Paulo, que informou sobre a vedação da lei ao uso de bens de sindicatos em campanhas.
Greenhalgh discorda da interpretação de Bonilha. "Acho que a restrição existe só se o candidato ou partido tomasse a iniciativa de pedir o carro de som, o que não aconteceu no ABC", afirmou o advogado do PT.
Segundo Greenhalgh, foi o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que ofereceu o veículo. "O sindicato também preservou a igualdade de condições entre os candidatos ao anunciar que todos serão convidados", acha Greenhalgh.
O uso do carro de som dos metalúrgicos do ABC foi discutido na reunião de segunda-feira da coordenação da campanha de Lula.
Repercussão
A decisão de insistir na prática foi tomada baseada no argumento de que era preciso "cavar espaço na lei", ou seja, forçar a Justiça Eleitoral a se manifestar sobre o assunto, mesmo sabendo que provavelmente a restrição seria confirmada.
Ocorre que a repercussão do fato político criado com o uso do carro de som dos metalúrgicos assustou alguns setores petistas. A avaliação dessas áreas é que houve um desgaste desnecessário para Lula.
Markus Sokol, secretário de Comunicação do PT, discorda. "Se não fizermos isso, não dá para tocar a campanha em alguns lugares do Brasil", afirmou.

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