São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 1994 |
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CDB muda na transição para o real
GUSTAVO PATÚ
Segundo circular editada pelo Banco Central, a regra vale para Certificados de Depósitos Bancários, Recibos de Depósitos Bancários e letras de câmbio prefixadas. O BC espera, com a medida, uma queda no volume dessas operações. A circular também autorizou a aplicação em CDBs vinculados à TR (Taxa Referencial) com prazo mínimo de 30 dias. O limite anterior para estes títulos bancários era de 90 dias. As novas regras abrem caminho para a mudança no cálculo dos rendimentos da poupança a partir de junho. Também preparam a transição para o real no caso das aplicações financeiras. Até o dia 1º de junho o governo teria de desatar o nó das aplicações contratadas a partir deste dia e que passariam a vencer após a introdução do real. Como os juros precisariam ser conhecidos previamente (no caso do CDB pré) e como a inflação declinaria rapidamente após o real, o BC deveria apontar para os bancos os juros que praticaria com a nova moeda. Para não antecipar um dos pontos chaves de sua política e evitar tumulto no mercado financeiro no início de junho, o governo optou por "esconder o jogo" e mudar as regras. Segundo o presidente do BC, Pedro Malan, o objetivo principal da medida é evitar uma comparação equivocada entre os rendimentos dos CDBs pré e as taxas da caderneta de poupança a partir de junho.` É que o BC espera uma "dispersão (grande variação)" nos juros dos CDBs pré em junho, porque será difícil avaliar a inflação a partir de julho, quando os papéis de 30 dias venceriam.` A partir de 1º de junho –talvez alguns dias antes–, a TR passará a ser calculada com base em CDIs (Certificado de Depósito Interbancário), que mostram as taxas de juros praticadas nas transações entre os bancos. O rendimento da poupança, com isso, só será conhecido nas datas de aniversário das aplicações, em julho. Até lá, a TR mensal será calculada com base nos CDBs pré de 90 dias. Malan preferiu não confirmar a adoção dos CDIs em junho para o cálculo da taxa. Disse que se os CDBs de 90 dias tiverem boa aceitação, serão mantidos no cálculo da TR. Entretanto, a área técnica do BC avalia que será pequeno o interesse por uma aplicação de 90 dias, às vésperas de uma mudança da moeda e dos índices de inflação. Eles acreditam que fundos –como os de renda fixa e commodities– serão os preferidos dos investidores na transição para o real. Por isso, é considerada certa a substituição dos CDBs pelos CDIs no cálculo da TR. Próximo Texto: Receita faz blitz na fronteira com Paraguai; Perícia da Previdência cancela benefícios; Mobil decide demitir e fechar fábricas; Compaq passa a liderar mercado de micros Índice |
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