São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 1994
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Uma visita não basta

FEDERICO MENGOZZI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

"La Gioconda" é o mais famoso ícone de um museu repleto deles.
Existem regras para que o prazer não seja vencido pelo cansaço. Afinal, o Museu do Louvre reúne um dos maiores acervos existentes, possui sete departamentos e quilômetros de corredores.
A ala Richelieu, por exemplo, mede 195 metros de comprimento, e ziguezagueia-se em seu interior.
O primeiro mandamento é não tentar ver tudo. Se você empregasse um segundo diante de cada uma das 30 mil peças, levaria de oito horas –e não veria nada.
É melhor ser seletivo. Por exemplo, se é a primeira visita, procure sem pudor os ícones que você "namorou" por ano.
Pode ser a "Mona Lisa", os Rubens dispostos em novas salas da ala Richelieu, os auto-retratos de Rembrandt que estão na sala 31 da mesma ala, o grande quadro de David (6,1 m x 9,5 m) sobre a coroação de Napoleão, os prisioneiros de pedra de Michelangelo...
Depois, dedique seu tempo a uma das seções ou siga um dos roteiros demarcados por números. Se gostou, volte. Quem disse que se vai ao museu uma só vez? Costumam ir mais de uma vez por ano ao museu 15% dos visitantes.
Quem for marinheiro de segunda ou mais viagens, procure cobrir as lacunas que deixou na visita anterior, veja as exposições temporárias, revisite obras marcantes, descubra as seções que, em princípio, não o atraem muito.
Poderá se surpreender. Depois, deixe-se levar pelas benesses do "dolce far niente" do Primeiríssimo Mundo.
Vá ao café, folheie os livros de arte, escolha um objeto para presente, almoce no restaurante Le Grande Louvre, veja pessoas de todos os credos, idades e raças e, principalmente, pense que está em Paris. "C'est la définitive différence!"
(FMe)

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