São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 1994 |
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Candidato cita Manual da Folha
DA REPORTAGEM LOCAL O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse anteontem no Rio que "o justo e o legítimo" importavam mais do que a lei, ao comentar o uso de carros de som de sindicatos em seus comícios.Ontem, em São Paulo, Lula recorreu ao Manual de Redação da Folha para responder a uma pergunta sobre se existiria uma lei ao mesmo tempo legal e ilegítima. "Li no Manual da Folha que uma lei mesmo sendo legal pode ser ilegítima. Tem lei que a Folha considera ilegítima, então tem que questioná-la." Ao prosseguir na resposta, Lula citou novamente a Folha. "A Lei de Imprensa e a que obriga o diploma para a pessoa exercer o jornalismo são questionadas pela Folha", disse. Nota da Redação – Lula repete o sentimento de muitos candidatos que não aceitam o apartidarismo da Folha. Ele tenta confundir a diferenciação quase acadêmica entre o legal e o ilegítimo para justificar o seu não cumprimento da lei. Este jornal chega até a reconhecer, no seu Manual de Redação, o estado de desobediência civil, quando a democracia está em risco. Este dispositivo mostra-se tanto mais necessário quando se vê que um candidato a presidente da República está disposto a rasgar arbitrariamente a lei eleitoral que seu próprio partido aprovou. Texto Anterior: PT vai recorrer ao Supremo contra lei eleitoral Próximo Texto: Jornal não incita desobediência Índice |
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