São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 1994
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Estudo aponta perdas do sistema financeiro

DA SUCURSAL DO RIO

Uma análise feita pela empresa Atlantic Rating, do grupo da consultora Atlantic Capital, concluiu que praticamente todos os bancos brasileiros terão prejuízos em julho, com a troca da moeda do país.
Isso porque eles terão que inverter o perfil das suas aplicações, atualmente voltadas na maioria para os ganhos inflacionários oriundos dos títulos públicos federais.
Segundo Paul Bydalek, sócio-gerente da empresa, um banco privado estuda corte de até 20% do seu pessoal. Para os bancos estaduais, é esperada uma medida do Banco Central que lhes assegure a sobrevivência.
A Atlantic Rating está iniciando no Brasil um trabalho de avaliação de riscos bancários, a partir da análise dos balanços e de informações confidenciais das instituições financeiras.
Os primeiros estudos, feitos apenas com dados de balanços de 51 bancos, mostram que metade deles fechou 1993 com inadimplência em empréstimos a receber acima dos padrões internacionais.
Esse limite, segundo Bydalek, é 1% dos empréstimos. O Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul) fechou o ano passado com 9,89% de clientes inadimplentes.
O Banco do Brasil ficou em segundo lugar, com 8,13%, e o Banespa em terceiro, com 4,22%. O primeiro banco privado, o Geral do Comércio, aparece em quinto lugar da lista, com 3,2%.
As aplicações em papéis públicos são responsáveis por outra distorção: a baixa participação dos empréstimos no total de ativos.
Nada menos que 49 dos 51 bancos têm menos de 70% dos ativos em empréstimos. Esse número é considerado o ideal em um país economicamente estável.
Esse método de avaliação dos bancos está sendo implantado no Brasil, por exigência do Mercosul.

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