São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

USP adapta campus para lazer

LUIZ CARLOS DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Cidade Universitária (zona oeste de São Paulo) decidiu converter-se, definitivamente, em um imenso parque público dominical.
A partir de junho, a USP acelera as mudanças para adequar o seu campus e receber com mais qualidade os 60 mil visitantes que frequentam o local aos domingos.
O público equivale à população diária de alunos e funcionários da universidade.
O lance estratégico está reservado para a primeira semana do mês, quando Banco Real e USP reúnem-se para acertar um convênio de US$ 3 milhões (CR$ 5,2 bilhões), a ser aplicado em um programa reforma que irá durar dois anos.
O valor dá para construir e equipar três escolas públicas com mil alunos cada.
O cronograma das obras, ainda a ser consolidado, tem como ponto principal a completa remodelação da praça do Relógio, um imenso gramado descampado, onde se concentra a maioria dos visitantes.
Ali se pretende criar um espaço com árvores frondosas, típicas da região, com um projeto paisagístico que irá valorizar o lazer contemplativo e pontos para pequenas manifestações artísticas (música, teatro. exposições etc).
O primeiro passo para a remodelação foi foi dado no mês passado. Restringiu-se a circulação de carros e motocicletas na ala sul do campus.
A idéia é que, até o final do ano, nenhum veículo motorizado circule pelas largas avenidas do campus. Um bolsão de estacionamento será criado para 15 mil carros.
Outra preocupação é estimular o lazer cultural, com a abertura de museus e institutos que não funcionam aos domingos. Hoje, só o MAC (Museu de Arte e Cultura), em frente ao prédio da reitoria, abre no fim-de-semana.
As deficiências da infra-estrutura também serão atacadas. Todas as ruas e avenidas serão pavimentadas. Um novo sistema de sinalização do campus será criado, além de uma rede de lanchonetes e banheiros públicos.
"O lazer se desenvolve ainda de maneira desorganizada e predatória", diz Antônio Rodrigues Martins, 54, prefeito da Cidade Universitária.
Ele argumenta que o campus não foi criado para lazer, mas acabou se adaptando pela absoluta falta de opção dos paulistanos em encontrar parques públicos bem localizados.
A circulação de carros provocava uma média de quatro acidentes e quatro roubos de carros por domingo.

Texto Anterior: Professores decidem manter paralisação
Próximo Texto: Atenção, atenção! Leia o artigo abaixo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.