São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 1994 |
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Otis Clay nocauteia a platéia na noite de abertura do festival
CARLOS CALADO
Pior para Robert Cray, a suposta estrela principal da noite, que saiu do palco meio ofuscado. Depois da excitação provocada pelo "soulman", seu blues não conseguiu elevar de novo a temperatura. Otis Clay pode ser escalado em qualquer seleção do soul, ao lado de cantores como Wilson Pickett, Otis Redding e Solomon Burke. Tem um vozeirão potente e cheio de recursos –do timbre mais rouco até o falsete à "gospel". Para conquistar a platéia, nem precisou abusar de sucessos do gênero. Uma exceção foi "In the Midnight Hour", revisitada em interpretação original, marcada pelo fervor emocional do "gospel". Walter Scott, seu guitarrista, é uma figurinha. Todo vestido de branco, com pinta de bicheiro, tem um estilo econômico e preciso, que realmente impressiona. Talvez se tivesse apelado para seus hits, Robert Cray poderia ter feito um show mais contagiante. Preferiu várias faixas do novo álbum e o resultado foi morno. Seu material mais recente não tem o mesmo impacto de álbuns anteriores. As letras insistem na temática dor-de-cotovelo e as levadas são bem menos dançantes. Mesmo sem ter cumprido as promessas de "fazer sexo com a guitarra", ou "quebrar o palco" do Palace, o guitarrista Nuno Mindelis abriu a noite com um show OK, que agradou a platéia. Texto Anterior: Evento entra na reta final com boas surpresas da França e Polônia Próximo Texto: Necessidade facilita o entendimento Índice |
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