São Paulo, domingo, 29 de maio de 1994
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Brizola insiste em apoio de PPR e PMDB

FERNANDO MOLICA
EM SÃO PAULO

O candidato do PDT à Presidência, Leonel Brizola reafirmou ontem, em São Paulo, o desejo de uma união em torno de sua candidatura do PPR do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, e do PMDB do ex-governador paulista Orestes Quércia, também candidato à Presidencia.
"Sempre defendemos que as correntes mudancistas necessitam de respaldo de parte expressiva das áreas conservadoras", disse.
O ex-governador do Rio deu entrevista coletiva pouco antes de sua candidatura ser homologada no Palácio das Convenções do Anhembi, na zona norte da cidade.
Ontem também foram oficializadas as candidaturas do senador Darcy Ribeiro (PDT-RJ) à Vice-Presidência e do ex-prefeito de Osasco (SP) Francisco Rossi ao governo do Estado.
Em relação a Quércia, Brizola afirmou que a aliança do PDT permitiria a ele escapar das críticas quanto a seu envolvimento em supostos casos de corrupção.
O ex-governador do Rio procurou dar um tom histórico à sua candidatura. A origem do trabalhismo e as concessões sociais feitas pelo ex-presidente Getúlio Vargas (1930 a 1945 e 1951 a 1954) foram destacadas no seu discurso.
Brizola disse que o país precisa da poupança externa, desde que direcionada para uma "relação de parceria, não de espoliação".
O candidato aproveitou o desgaste do Congresso Nacional e propôs a redução de 50% do número de deputados federais.
O ex-governador também criticou as declarações do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, de que ficaria com o legitímo em caso de um eventual confronto com a lei. "Ao se declarar acima da lei, o Lula deve ter perdido pontos".
Brizola disse, ainda, que o povo brasileiro precisa dele. "Sou um privilegiado pelo Criador, que me deu a circunstância de ter aprendido tantas coisas, vivido tantos ensaios, tantas experiências".

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