São Paulo, domingo, 29 de maio de 1994
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Saldanha monta o time de Zagalo

ANDRÉ FONTENELLE

Saldanha monta a equipe de Zagalo
Zagalo ganhou o tri com o time de Saldanha. O técnico das eliminatórias, com suas "feras", classificou facilmente o Brasil para a Copa, mas não resistiu no cargo até a Copa.
Maus resultados em amistosos, atritos com o poder político e o temperamento irascível de Saldanha acabaram por derrubá-lo.
O médico Lídio Toledo dizia que Pelé tinha miopia. Tostão, com problemas na retina causados por uma bolada, tinha a carreira ameaçada. Todos foram à Copa e ganharam a taça –menos Saldanha.
Após ter sido criticado por Yustrich, técnico do Flamengo, Saldanha invadiu a concentração do clube de revólver em punho. O episódio piorou sua situação.
Dias depois, a seleção empatou com o Bangu em 1 a 1. Pelé foi barrado para o jogo contra o Chile, no Morumbi.
Em 17 de março, João Havelange, presidente da CBD, anunciou a dissolução da comissão técnica. "Não sou sorvete para ser dissolvido", rebateu Saldanha. Era seu fim como técnico.
No dia seguinte, Dino Sani (Corinthians) e Oto Glória (América) foram sondados para dirigir a seleção, mas Zagalo (Botafogo) acabou ficando com o cargo.
Sua primeira atitude foi convocar cinco jogadores, entre eles Félix, Roberto Dias e Dario –este último, imposição do general Garrastazu Médici. Zagalo alegou que o convocara como artilheiro da Taça de Prata de 1969.
Dario não entrou em campo na Copa. O Brasil ganhou com um time parecido com o que Saldanha havia montado.
(AFt)

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