São Paulo, domingo, 29 de maio de 1994
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Governo tem nova proposta para venda de empresa estatal

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

O dinheiro que cada trabalhador tem no FGTS recebe remuneração pequena: 3% acima da inflação, ao ano. Por que não dar ao trabalhador o direito de usar sua conta no FGTS para comprar ações de empresas privatizadas?
Essa é a proposta da diretora da Privatização do BNDES, Elena Landau. Com isso, as moedas de privatização -títulos que podem ser usados nos leilões de estatais- ganhariam um reforço imediato de nada menos de US$ 3,5 bilhões. É outro dos objetivos da privatização. Limpar dívidas que órgãos do governo têm contra outros órgãos.
No caso, o Tesouro (o governo federal) devia ao FGTS aqueles US$ 3,5 bilhões. Como não tem dinheiro para pagar, entregou títulos do Tesouro, que têm remuneração e podem ser utilizados na privatização.
Como usar, é o que está em debate no Conselho Curador que toma conta do FGTS. O BNDES deseja que a decisão seja de cada trabalhador. Por exemplo: vai ser privatizada a Light no Rio; o trabalhador, na expectativa de que ações da Light darão remuneração maior que os 3% do FGTS, vai a um banco e autoriza o uso de sua conta no leilão de privatização. Dando certo, torna-se dono das ações e pode vendê-las em bolsa.
As centrais sindicais, que integram o Conselho Curador do FGTS, têm proposta diferente. Pretendem que os títulos do FGTS integrem um Fundo de Privatização, com administração independente, que compraria as ações. Estas seriam assim de propriedade do FGTS e não de cada trabalhador.
(CAS)

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