São Paulo, domingo, 29 de maio de 1994 |
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Mangels usa RH para alcançar qualidade
DA REPORTAGEM LOCAL Depois de passar por uma ampla reestruturação centrada num programa de recursos humanos, a Mangels Industrial S/A chegou à Qualidade Total.A espinha dorsal do programa de mudanças, que começou a ser implantado em 91, é uma política de participação nos resultados. Começou com os executivos. Em 94, chegou a todos os 1.950 funcionários. A empresa transformou–se num celeiro de profissionais altamente capacitados. Hoje a maior preocupação do vice–presidente executivo, José Adriano de Moura Chinellato, principal articulador das mudanças, é lidar com a ansiedade dos funcionários por carreira. Chinellato falou sobre a reestruturação da Mangels na última segunda–feira, no auditório da Folha, a uma platéia de mais de 90 pessoas. A palestra integra a série "A Busca da Qualidade Total", promovida pelo jornal. Até 90, a Mangels atuava em dez setores. Eles foram reduzidos para três: fabricação de botijões e cilindros para gás; de rodas para automóveis; relaminação de aço. Hoje todos são lucrativos. O sistema de remuneração é composto por três partes: salário base de acordo com o mercado; recompensa baseada nos resultados do negócio; e gratificação coletiva por unidade, baseada em desempenho e metas preestabelecidas. "É fundamental para toda empresa ter um sistema de Recursos Humanos que leve à Qualidade Total", afirmou Chinellato. Quando implantou a remuneração variável, a Mangels buscava uma política salarial que acompanhasse a tendência mundial de diminuir o salário fixo e aumentar o variável. A reestruturação, que custou US$ 10 milhões à empresa, já mostra resultados. A Mangels saiu de um prejuízo de US$ 9 milhões em 92 para um lucro de US$ 4,5 milhões em 93. A previsão para este ano indica que se as três áreas de negócios mantiverem excelente desempenho, US$ 1,7 milhão será distribuído aos funcionários. Passada a revolução, Chinellato estuda agora como manter na empresa o pessoal que prepara. A Mangels vai investir nos próximos dois anos US$ 1,5 milhão na formação de pessoal. " Nosso maior desafio será capacidade de gerar carreira para essas pessoas que estão sendo treinadas" , afirmou Chinellato. Há duas semanas, a empresa perdeu para uma multinacional um supervisor considerado excelente. " Esse é um risco que vamos correr porque treino pessoas para serem sucessoras de funcionários que estão acima delas", disse. Chinellato acredita que a Mangels será olhada de forma especial pelos " head hunters" (profissionais que "caçam" executivos para o topo das empresas). LEIA MAIS Sobre Qualidade Total na pág. 2-14 Texto Anterior: Peso nas dívidas preocupa Próximo Texto: Folha promove nova palestra Índice |
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