São Paulo, domingo, 29 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Peso nas dívidas preocupa

GUSTAVO PATÚ
e VIVALDO DE SOUSA

GUSTAVO PATÚ; VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O primeiro período após a implantação da nova moeda, o real, será bom para as aplicações financeiras, mas perigoso para quem tem dívidas –principalmente indexadas à TR (Taxa Referencial).
Nesse caso estão mutuários da casa própria, devedores do crédito rural e consumidores que buscaram crédito em bancos.
Por isso, o Banco Central (BC) deverá promover uma nova alteração da TR em julho, mas dessa vez para trazer a taxa para baixo. A alteração virá com o aumento do redutor utilizado hoje para o cálculo da TR.
Em junho, será aplicado um redutor de 1,2% sobre os juros médios dos juros interbancários, como antes. Em julho, o redutor pode subir para até 2%. Aí será hora de comparar de novo os rendimentos das aplicações.
Se não houver essa modificação, ou se ela não bastar para corrigir distorções da TR, os devedores podem contestar judicialmente o uso da taxa nas dívidas.
No mês de junho, transição das aplicações para o real, haverá mudanças nas aplicações financeiras além do novo cálculo da TR.
Os fundões tradicionais, ou FAFs (Fundos de Aplicação Financeira), devem acabar ao longo do mês. Não por decisão do governo, mas dos próprios bancos, em um processo já iniciado em maio.
Os FAFs devem ser substituídos pelos recém-criados fundões em URV (Unidade Real de Valor). Estes terão rentabilidade diária igual ou pouco acima da URV e, portanto, do real.
Cerca de 25 bancos já oferecem fundões em URV, entre eles o Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Unibanco e o Real. É opção para o dinheiro que vai ser gasto no curto prazo, antes de 30 dias.
Dólar é mau negócio. Ninguém sabe com certeza qual vai ser a relação entre o real e o dólar. Os CDBs prefixados de 90 dias são inviáveis pelo prazo.

Texto Anterior: Real vai facilitar controle do orçamento
Próximo Texto: Mangels usa RH para alcançar qualidade
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.