São Paulo, domingo, 29 de maio de 1994 |
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União Européia faz eleição histórica
ANDRÉ LAHÓZ
É uma eleição histórica para o continente. O Parlamento tem sido uma das instituições mais importantes da União nos últimos anos. Os eurodeputados têm também um papel político grande para impulsionar a união entre os 12 países. Além disso, essa eleição tem algumas particularidades. É a primeira vez que os cidadãos da ex-Alemanha Oriental participam da votação. Deve ser também a última eleição da "Europa dos doze". Na próxima, provavelmente outros quatro países já terão se integrado à União Européia. A eleição é realizada separadamente em cada país. O número de deputados eleitos é proporcional à população de cada nação. Dessa forma, a Alemanha terá o maior número de deputados (99), seguida por Itália, França e Reino Unido (87 deputados cada). O país com menor número de cadeiras é Luxemburgo, com apenas seis parlamentares. Essa será a quarta eleição direta para o Parlamento. A primeira ocorreu em 1979, quando a então Comunidade Econômica Européia (CEE) contava com apenas nove países. Na segunda eleição, em 1984, a Grécia já era membro. Espanha e Portugal elevaram para 12 o número de países que participaram da última eleição, em 1989. São os deputados eleitos nessa ocasião que terminam agora seus mandatos. Apesar de o número de países se manter estável, haverá um crescimento do número de cadeiras (de 518 para 567), basicamente por conta da unificação da Alemanha. Uma vez eleitos, os deputados de cada país vão para o Parlamento e então se reorganizam em grupos políticos. Os socialistas formam o maior deles, com 198 deputados. São seguidos pelo PPE (Partido Popular Europeu, 162 deputados), e pelo LDR (Liberal, Democrático e Reformista, 45 deputados), ambos de direita. Os Verdes são a quarta força, com 28 cadeiras. Apesar de não haver pesquisas unificadas, espera-se que o domínio dos socialistas aumente, principalmente pelo crescimento dos votos da esquerda no Reino Unido. O mandato dos deputados é de cinco anos. As pautas de discussão dependem dos futuros mandatários, mas alguns pontos certamente estarão presentes. A guerra na Bósnia-Herzegóvina e o desemprego no continente são exemplos. Além disso, esses deputados tentarão aumentar o poder do Parlamento Europeu na revisão do Tratado de Maastricht, que criou a União Européia. Essa revisão será feita pelos chefes de Estado. Texto Anterior: Novos deputados passarão a ter mais poder Próximo Texto: Governo espanhol deve perder Índice |
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