São Paulo, segunda-feira, 30 de maio de 1994 |
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Arisco entra no mercado de solúvel
FÁTIMA FERNANDES
No mercado externo, os exportadores estão reconquistando a Rússia, que havia cortado a compra do produto brasileiro. A chegada da Arisco mexe com os três fabricantes: Nestlé (que detém 80% do consumo interno); Cacique e Iguaçu (10% cada). As vendas do produto, somente no país, movimentam US$ 140 milhões por ano. Neste ano, devem crescer mais 10%. Os fabricantes se preparam para reduzir em até 20% seus preços, devido ao lançamento de novas embalagens. O produto da Arisco, na embalagem tradicional de vidro, deverá chegar às prateleiras, em junho, com preços 10% inferiores aos Cr$ 5 mil cobrados atualmente por um pote com 100 gramas de café solúvel granulado. Mesmo com o novo concorrente, a Nestlé vai tentar conquistar mais 5% do segmento para a sua marca ainda este ano. Para isso, lança três novas versões do produto e introduz a embalagem refil. Inédita no Brasil para a utilização de alimentos, o refil vai baratear em 20% o preço do Nescafé. A Cacique também vai partir para o contra-ataque. A empresa realiza, no momento, os preparativos finais para o lançamento de novas versões do seu Café Pelé –que trará como diferencial a tecnologia de processamento diferente às utilizadas pelos concorrentes no país. Recentemente, a Cacique lançou versão do produto em lata, com preços 10% inferiores aos da embalagem tradicional, em vidro. Antonio Tadeu Avelino, diretor comercial da Arisco, diz que a empresa quer conquistar em um ano 10% desse mercado. "Por enquanto estamos fazendo um teste de mercado. Vamos aumentar a produção de acordo com o aumento da demanda." A Nestlé investiu US$ 1 milhão no lançamento do refil para o Nescafé Tradição, com campanha publicitária que associa o produto ao público jovem. Também a Arisco colocará sua campanha publicitária no ar em junho –mas a empresa não revela números sobre os investimentos. Apesar de faturar só 10% do que vende o café torrado e moído, o solúvel tem maior potencial de crescimento por ser mais prático e ter preparo instantâneo. Rostyslav Szmanskyj, gerente de produto da Nestlé, acredita que a praticidade do produto está associada ao padrão de um público com poder aquisitivo médio e médio/alto, cada vez com menos tempo para se dedicar ao preparo dos alimentos. (Fátima Fernandes) Texto Anterior: Odeio o marketing político Próximo Texto: Rússia volta a comprar do Brasil Índice |
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