São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Leite de vaca que usa hormônio é rejeitado

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

Os produtores de leite nos Estados Unidos estão gastando milhares de dólares para provar aos seus consumidores que não estão injetando hormônios em suas vacas para que elas produzam mais leite.
O uso de hormônios em vacas americanas era visto até janeiro desse ano como uma saída brilhante dos produtores para aumentar a produção de leite e os lucros sem fazer muita força.
Ninguém esperava que a estratégia tivesse resultados justamente contrários.
A FDA, o órgão que regulamenta a produção e o consumo de alimentos nos EUA, aprovou em novembro de 1993 o uso do hormônio de crescimento Posilac.
Produzido pela Monsanto, o hormônio melhora a produtividade do gado leiteiro.
Em casos extremos, a produção de leite das vacas que receberam o hormônio aumentou até 20%.
As vendas de leite dos produtores, em contrapartida, tiveram quedas superiores aos ganhos na produção.
Segundo a FDA, não existe nada que prove que o hormônio injetado nas vacas tenha qualquer resultado negativo sobre o leite.
Mesmo assim, as empresas já reagiram à resposta do mercado. Mais de 15 grandes produtores norte-americanos estão colocando anúncios na mídia do país ou em suas embalagens nos supermercados, anunciando que não estão usando o hormônio.
Ao aprovar o uso da nova droga, a FDA não obrigou nenhuma empresa a anunciar na embalagem que o leite era produzido por vacas que receberam o hormônio de crescimento.
Mas a própria Monsanto avisa aos produtores que o Posilac pode causar diminuição da taxa de reprodução das vacas e problemas nos aparelhos reprodutor e digestivo dos animais.
Não há nenhuma prova de que o leite produzido por vacas tratadas com o hormônio causem resultados semelhantes no homem.
Na semana passada, a FDA finalmente aprovou o tomate produzido pela empresa Calgene Inc., da Califórnia.
Os tomates, chamados Flavr Savr, foram geneticamente alterados em laboratório e nunca ficam moles.
O produto, que vinha passando por uma bateria de testes, deverá começar a ser vendido em todo o país a partir de junho.

Texto Anterior: PROGRAME SUA VIAGEM
Próximo Texto: SP joga fora 147,8 mil t de hortaliças e frutas por ano
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.