São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 1994
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Lula faz campanha no DF e evita reunião com servidores

EUMANO SILVA; WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A agenda da caravana do candidato do PT a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, no Distrito Federal excluiu um encontro que estava previsto com os servidores públicos.
A exclusão causou uma crise dentro do PT do Distrito Federal. O funcionalismo público é uma das principais bases eleitorais de Lula na região.
A decisão foi tomada pelo comando de campanha do candidato em Brasília.
Um dos argumentos usados para justificar o cancelamento foi o de que era necessário evitar críticas ao corporativismo do partido.
O PT quer priorizar a visita aos redutos eleitorais do governador Joaquim Roriz (PP) na periferia.
"Estou furiosa. Considero errada a avaliação de que o PT seria criticado por corporativismo", afirmou a deputada Maria Laura (PT-DF), ligada aos servidores.
Maria Laura foi obrigada a cancelar uma reunião que tinha programado de Lula com cerca de 1.000 funcionários públicos.
Nos dois dias que permanecerá em Brasília, o candidato do PT terá encontro com católicos, evangélicos, chacareiros, desempregados e artistas.
O PT local diz que vai gastar 16 mil URVs (CR$ 29,5 milhões) com a caravana. O dinheiro é suficiente para comprar um automóvel Honda Civic, importado, do modelo mais simples.
Lula chega em Brasília hoje por volta das 8h30. Daí, inicia uma jornada de 26 horas de discursos, reuniões e comícios que termina amanhã à noite.
A evento final da caravana será um comício-show na Torre de TV, orçado em 11 mil URVs (CR$ 20,2 milhões).
Segundo o coordenador financeiro do PT local, Amauri Barros, o partido vai arcar com todas as despesas e elas serão pagas à vista e não através de bônus.
A lei permite que os partidos troquem serviços e materiais com empresas por bônus eleitorais. Só que os bônus ainda dependem de confecção pela Casa da Moeda.
Barros disse que o partido tem caixa, formado pela contribuição mensal compulsória dos deputados e simpatizantes do PT (30% do salário), e pela venda de camisetas e outros materiais de campanha.
O PT diz que não vai custear despesas pessoais de ninguém da comitiva. "Apenas do Lula e do Cristóvam (Cristóvam Buarque, candidato do PT ao governo do DF)", explica Barros.

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