São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 1994
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Direita reprime cerimônia pelos homossexuais vítimas do nazismo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Manifestantes de direita reprimiram ontem uma cerimônia para as vítimas homossexuais do nazismo no Memorial do Holocausto de Israel, em Jerusalém.
"Não me toque, vocês estão cheios de merda e Aids", gritou um manifestante para ativistas homossexuais que tentavam convencê-lo a deixar a Sala da Recordação, onde se lembra o massacre de 6 milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial.
Cerca de cem ativistas homossexuais rezavam em hebraico quando os manifestantes passaram a insultá-los e jogá-los ao chão.
A controvérsia sobre a cerimônia, preparada pela Sociedade de Proteção aos Direitos da Pessoa, provocou um debate sobre o caráter das homenagens às vítimas do Holocausto.
Grupos conservadores definem o Holocausto como um evento exclusivamente judaico.
"Francamente, eu não acho que eles (homossexuais) mereçam uma comemoração separada. O Holocausto atinge todos os judeus", disse Efraim Zuroff, presidente do Centro Simon Wiesenthal, que caça criminosos de guerra nazistas.
"Eles estão usando o Holocausto com um objetivo diferente, para ganhar publicidade", completou.
Um grupo de 19 rabinos publicou um anúncio chamando a cerimônia em homenagem aos homossexuais de "abominável".
O Memorial do Holocausto informou que "qualquer um que queira se identificar com a memória do povo judeu massacrado no Holocausto é livre para fazê-lo".
Segundo a Enciclopédia do Holocausto, 10 mil pessoas foram mortas pelos nazistas durante a guerra por serem homossexuais.

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