São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 1994
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Fome e desperdício; Justiça para Fiuza; Os Fernandos; Motivação das greves; Eleitor multado; Mapa-múndi; Brinde para o assinante; Salários dos professores

Fome e desperdício
"Quero expressar minha indignação com o conteúdo da reportagem `Safra 94 joga no lixo US$ 2,75 bilhões', publicada no caderno Agrofolha do dia 24/05. A safra deste ano, avaliada em 73,6 milhões de toneladas pelo governo federal, é a maior safra de grãos da história do Brasil, um recorde. Porém, o desperdício também é recorde, segundo a referida reportagem. De que adianta colher uma safra recorde se não há local apropriado onde armazená-la? Mais revoltante ainda é saber que, somente com o que se desperdiça com feijão, seria possível alimentar 45 milhões de brasileiros por ano. Certamente deve haver um responsável por esta situação tão vergonhosa. No entanto, no momento da apuração dos fatos, o que se vê é a transferência de responsabilidades e simplesmente ninguém é punido."
Norman Carvalho Bitner (Curitiba, PR)

Justiça para Fiuza
"Tudo que tinha lido sobre Fiuza me fazia acreditar que se tratava de um gângster. Mas, quando ouvi a transmissão ao vivo do julgamento pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, descobri que, até então, eu tinha me comportado como os ingênuos que acreditam em tudo que lêem: a defesa do deputado era irrefutável. A CCJ só não o inocentaria se estivesse mais preocupada com a opinião pública que com a justiça, já que um noticiário unanimemente maroto nos transformou num país de velhinhas de Taubaté às avessas. Mesmo com o parecer da CCJ, achei que a Câmara não resistiria à cassação: não é dando que se recebe? Dariam, em troca de votos, a condenação que o povo pedia. Os deputados não foram corajosos a ponto de abrir mão do voto secreto, mas, para meu espanto, a maioria foi suficientemente decente para não condenar quem se sabia não ser culpado."
Betty Hastings (São Paulo, SP)

Os Fernandos
"É impressionante e assustadora a semelhança entre as campanhas eleitorais de Collor e FHC. Este último representa agora o candidato bonito, culto, bem-vestido e de boa posição social, como o ex-presidente. FHC, a exemplo do que fazia Collor, usa slogans patrióticos (`Ordem e Progresso') e as cores da bandeira nacional em suas propagandas. Ambos agradaram a Roberto Marinho e aos grandes empresários. No discurso de ambos, frases de efeito, do tipo `se eu não ganhar a eleição, o país vai virar um caos'. E o que dizer do PFL, ao qual se aliou o PSDB? E o que dizer do vice de FHC? Enfim, a história se repete."
Augusto João Piratelli (Três Lagoas, MS)

Motivação das greves
"Gostaria de saber por que a manchete de 17/05 sobre as greves foi `41% acham que eleição causou onda de greves' e não `55% acham que onda de greves não tem nada a ver com política'? 41% é maioria em relação às demais respostas de forma isolada. Mas é minoria em relação ao fato de os eleitores verem motivação eleitoral ou não! O direcionamento da reportagem foi sintomático e deselegante. Não abusem da inocência nem superestimem a ignorância alheia. Ou então façam como os demais e assumam logo as preferências que têm."
André Junqueira Caetano (Belo Horizonte, MG)

Eleitor multado
"Enquanto a Petrobrás desperdiça milhões de litros de óleo, polui nossa natureza e é multada em CR$ 2.984,00, eu, cidadão brasileiro, cumpridor de todos os meus deveres civis e militares, tive a surpresa de que deveria pagar uma multa de CR$ 7.410,00 para poder transferir meu título de eleitor, pois havia perdido meu comprovante de votação do primeiro turno das eleições de 1989. A minha atendente disse não dispor de condições de verificar se eu estava ou não quite com minhas obrigações. Fui multado pela incompetência e ineficiência do Estado. É de chorar!"
Carlos Henrique Milani Nardy (Jaú, SP)

Mapa-múndi
"O mapa que a Folha publicou ontem sobre os problemas ambientais nos mostra que ainda podemos contar com paraísos terrestres. Canadá e EUA, surpreendentemente, não apresentam problemas com usinas nucleares, destruição de florestas e poluição urbana. Não sei se dá para acreditar nos indicadores do mapa ou se Los Angeles, com seu alto nível de poluição, não se encontra em território norte-americano."
Jair Ferreira de Souza (Curitiba, PR)

Brinde para o assinante
"No mês de junho vence minha assinatura anual deste jornal, que já vem de vários anos. Quando fui tratar da renovação, fui informado pelo distribuidor em São Roque que somente as assinaturas novas recebem a fita de vídeo sobre a Copa do Mundo. Os assinantes antigos, não. A Folha está certa em tentar aumentar o número de assinantes, porém ela deveria fazer promoções para aqueles que lhe são fiéis, no caso, os assinantes antigos. Vou pensar duas vezes para renovar este ano, pois acho uma falta de consideração as fitas não serem oferecidas para aqueles que estão renovando sua assinatura e que sempre foram fiéis ao jornal."
Euclides Lima Júnior (São Roque, SP)

Salários dos professores
"O professor Hélio N. da Cruz, em sua carta publicada ontem no Painel do Leitor, continua tentando confundir a opinião pública. Afirma que deixei de descontar a inflação e por isso encontrei um baixo índice de comprometimento com pessoal. Ocorre que eu comparei planilhas dos anos de 93 e 94 feitas pelo próprio Cruesp com a mesma metodologia. Convém salientar que essa metodologia foi acertada entre as reitorias e as associações de docentes e servidores no período em que o professor Cruz foi coordenador da administração (91/92). A sua visão pessimista já então se manifestava de forma contundente. Em junho de 92, apenas um mês depois do dissídio, ele se demitiu do cargo por discordar da decisão do reitor de corrigir os salários pelo IPC-Fipe. Não é por acaso que o professor Cruz não consegue enxergar possibilidades de reajustes maiores."
José Roberto Drugowich de Felício, professor da USP (Ribeirão Preto, SP)

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