São Paulo, quarta-feira, 1 de junho de 1994
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PFL nacional dissolve comissão em AL

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Executiva do PFL dissolveu a comissão do partido em Alagoas que decidiu se aliar ao grupo do ex-presidente Fernando Collor na disputa para o governo do Estado.
A coligação regional, decidida no último sábado, foi uma derrota do senador Guilherme Palmeira (PFL-AL), vice do candidato do PSDB à Presidência Fernando Henrique Cardoso.
Palmeira ameaçou renunciar ao cargo de vice, mas recuou após uma intervenção do senador Marco Maciel (PFL-PE) e do presidente do PFL, Jorge Bornhausen.
A Executiva optou por uma decisão rápida. PSDB e PFL avaliaram que a derrota do vice em Alagoas poderia ser explorada pelos adversários de FHC como uma mostra de fragilidade da chapa.
Os pefelistas alagoanos decidiram apoiar a candidatura de Elionaldo Magalhães (PPR) ao governo. Magalhães foi superintendente da Sudene no governo Collor.
Palmeira já havia anunciado seu apoio ao candidato do PMDB, senador Divaldo Suruagy. "Foi uma traição", disse Bornhausen.
Segundo Bornhausen, todos os novos membros da comissão deverão apoiar Suruagy. "Os rebeldes poderão ter suas candidaturas cassadas." Irônico, ele chegou a dizer: "Aqui, no PFL, tudo é muito democrático."
O PFL local é dirigido por uma comissão provisória, pois ainda não foi feita uma convenção específica para nomear os membros do Diretório Regional. Por isso não foi necessária uma intervenção.
Pefelistas descontentes
Ontem, Bornhausen disse que "houve indícios veementes de abuso do poder econômico" na convenção alagoana.
Ele recebeu uma documentação de pefelistas descontentes com a decisão da convenção. O ofício afirma que houve uma "nítida influência" de Collor. "Não posso afirmar que houve corrupção, mas houve muita pressão e até coação", disse Palmeira.
O PFL não deve nem sequer registrar a convenção de Alagoas junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Com isso, só os candidatos natos –aqueles que já possuem mandatos legislativos– poderão se candidatar às eleições.
O candidato do PPR não contará nem com o espaço do PFL no horário gratuito.
"Quem comanda o horário é a comissão provisória, que apoiará Suruagy", disse Bornhausen.
A comissão provisória será dirigida por João Azevedo, que assessorou Jorge Bornhausen no Ministério da Educação (governo de José Sarney).

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