São Paulo, quarta-feira, 1 de junho de 1994
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Dobra demissão de metalúrgicos

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos 20 primeiros dias de maio o número de rescisões de contrato de trabalho homologadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo mais do que dobrou na comparação com todo o mês de abril.
Segundo o sindicato, foram homologadas 400 demissões em janeiro deste ano. O número foi crescendo e chegou a 559 em abril. Em maio, apenas nos primeiros 20 dias, o sindicato assinou 1.120 rescisões de contrato de trabalho.
Os dados vêm confirmar levantamento da Fiesp, de intensificação do ritmo de demissões da indústria do Estado de São Paulo em maio: em três semanas, houve redução de 8.391 vagas, o que supera o total de abril (5.972).
"As empresas já estão na expectativa para ver se o real vai dar certo ou não e o governo ainda fala em aumentar os juros... Nem os acordos que prevêem pagamento de um a três salários no caso de demissão sem justa causa conseguem manter o emprego", afirma Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Segundo Paulinho, o dispositivo criado pelo governo, na lei da URV, que obriga o pagamento de 50% do último salário no caso de demissão sem justa causa também não tem contribuído para nada.
"As empresas pagam ou vão à Justiça contra isso, mas demitem de qualquer forma."
Carlos Alberto Grana, presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT e secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, acredita que as demissões têm se concentrado mais na cidade de São Paulo e nas indústrias de bens de capital.
"Na base da federação, há apenas boatos, ainda não confirmados, de demissão", afirma Grana.

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