São Paulo, quarta-feira, 1 de junho de 1994
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Depoimentos do caso Césio começam dia 9

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O Ministério Público de Goiás começa a ouvir no próximo dia 9 as pessoas citadas na portaria que reabriu as investigações do acidente com o Césio 137, em Goiânia.
O acidente radioativo foi em setembro de 87, contaminando 67 pessoas e matando 4. As investigações foram reabertas anteontem pelo procurador de Justiça Sulivan Silvestre de Oliveira, 30.
Oliveira disse que tem documentos que indicam negligência do governo no caso.
Em um deles, um dos sócios do Instituto Goiano de Radioterapia, Amaurillo de Oliveira, diz que o hospital possuía equipamentos que emitem raios gama.
O alerta foi feito dois anos antes da tragédia, quando o instituto se mudou e deixou para trás a cápsula radioativa, que foi achada no local e levada para um ferro-velho, onde foi violada.
No dia 9 serão ouvidos Carlos Bezerril, um dos sócios do instituto, Lício Gabriel Borges, ex-presidente do Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores de Goiás, e o coronel Vasco Cardoso.
No dia 15, depõe o ex-governador Íris Rezende. Oliveira apura acusação de superfaturamento na compra da área onde funcionava o instituto.
Rezende disse que no terreno comprado seria construído o Hospital dos Servidores, projeto que se tornou inviável.
Procurado pela Agência Folha, Carlos Bezerril não quis dar entrevista. Borges afirmou que desconhecia a existêcia de Césio 137 no instituto.
Oliveira quer saber o motivo da prisão do coronel-médico Vasco Cardoso pela Polícia Militar na época da tragédia. Cardoso diz que foi determinação do ex-governador Henrique Santillo, atual ministro da Saúde.

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