São Paulo, quarta-feira, 1 de junho de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
'Tele-sexo' busca acordo com Telesp
LUIS HENRIQUE AMARAL; EUNICE NUNES
Linhas eróticas se mobilizam para evitar extinção do serviço; empresa diz que dificilmente recua As empresas operadoras dos serviços eróticos da série 900 estão tentando reverter a decisão da Telesp, que anunciou anteontem o fim dos serviços. Uma delas, a Mig Produções (que opera o Conversas Deliciosas), afirmou em comunicado que tem o direito de se defender, e buscará este direito junto à Telesp. As empresas Zeos Tecnologia de Sistemas (que opera o Sonhos Eróticos) e WCR Produções (do Tele Fantasia) também estão tentando evitar o fim dos serviços. A WCR Produções fez uma reunião ontem com a diretoria da Telesp para discutir o assunto. O resultado não foi divulgado. Segundo o gerente financeiro da Telesp, Marivaldo Andriolo, a decisão da diretoria da empresa dificilmente será revista, mas esta hipótese "não está afastada". Ele afirmou que há 15 dias as pressões contra o serviço "ficaram muito fortes". "Nós fizemos um acordo com as empresas para que os comerciais na TV começassem à meia-noite, e não mais às 22h, mas mesmo assim as pressões continuaram", diz. Segundo Andriolo, as pressões contra o serviço partiram de vereadores de todo o Estado e de usuários que tiveram os telefones usados indevidamente. No início de maio, a promotoria de Justiça do Consumidor entrou com uma ação civil pública contra a Telesp. A ação pede que a empresa se abstenha de cobrar serviços especiais da série 900 enquanto não tiver autorização prévia do usuário. A ação ainda não foi julgada, mas teve o pedido de liminar rejeitado pelo juiz Hélio Nogueira, da 8ª Vara Cívil de São Paulo. A promotora que atua no caso, Parisina Lopes Zeigler, baseia sua ação no Código de Defesa do Consumidor que, segundo ela, proíbe a prestação de serviços sem solicitação prévia do consumidor. A ação do MP foi originada por uma representação do advogado Everson Andrade. Ele recebeu uma conta telefônica de CR$ 18 mil, em dezembro passado. Seus filhos, de 6 e 8 anos, haviam ligado para serviços infantis –como Disk Mônica e Disk Cascão– sem o seu conhecimento. Apesar de nunca ter ligado para os serviços eróticos, a atriz Cristina Mutarelli, é contra sua extinção. "Se a pessoa tem tesão por telefone, é direito dela usar esses serviços", diz. (Luis Henrique Amaral e Eunice Nunes) Texto Anterior: Depoimentos do caso Césio começam dia 9 Próximo Texto: Professor diz que decisão é moralista Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |