São Paulo, quinta-feira, 2 de junho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PSDB da Bahia fecha acordo com petista

EUMANO SILVA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

PSDB da Bahia fecha acordo com petista
O PT decidiu apoiar o candidato do PSDB ao governo da Bahia, Jutahy Júnior. A decisão foi tomada para atender às pressões da direção nacional do partido.
A aliança interessa à direção nacional porque reforça o apoio dos tucanos da Bahia ao candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.
Com a aliança, o PT desiste de lançar Zezéo Ribeiro ao governo. Ele será candidato a senador.
Encontro
Jutahy foi ao encontro de Lula numa churrascaria em Sobradinho (20 km de Brasília) para comunicar pessoalmente o acordo.
"Com essa aliança, fica mais visível o acordo feito entre PSDB nacional e os coronéis do Nordeste", afirmou Lula em entrevista coletiva.
O PSDB baiano já havia decidido apoiar Lula porque não aceitou a aliança nacional feita entre os tucanos e o PFL.
O governador da Bahia, Antonio Carlos Magalhães (PFL), é o maior adversário estadual do PSDB e de suas principais lideranças no Estado, o Próprio Jutahy e o ex-governador Waldir Pires.
Informal
Embora tenham feito o acordo, a coligação entre PT e PSDB não será formalizada.
O PT avaliou que, se houvesse coligação, o partido faria um número menor de deputados federais.
Antes de visitar Sobradinho, onde almoçou com artistas e produtores culturais do Distrito Federal, Lula esteve nas cidades satélites de Santa Maria (30 km de Brasília) e Gama (30 km de Brasília).
Em Santa Maria, caminhou por ruas com esgoto a céu aberto e visitou uma associação de donas de casa. Na porta da associação, fez um minicomício.
No Gama, Lula participou de um ato público com moradores locais. Ele tropeçou na matemática quando tentou dividir o tempo que tinha para falar com seu vice, José Paulo Bisol.
"Eu tenho 20 minutos, mas eu te cedo sete e depois eu falo sete", disse o candidato do PT.
Na entrevista coletiva que concedeu em Sobradinho, Lula afirmou que, se for eleito, deverá fazer acordos pontuais (específicos) sobre cada proposta de governo.
Isso significa que ele prevê dificuldades para obter uma maioria parlamentar suficiente para dar sustentação ao seu governo.
"Só depois de ver o mapa eleitoral (resultado da eleição), eu posso saber que tipo de aliança tenho condições de fazer para governar", disse o candidato do PT.

Texto Anterior: Candidato elogia Juscelino
Próximo Texto: Dono de carro é empresário
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.