São Paulo, quinta-feira, 2 de junho de 1994
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Justiça garante uso de 'moeda podre' no leilão

DA FOLHA VALE

O presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (SP/MS), Américo Lacombe, julgou favorável ontem o pedido de suspensão da liminar que previa a retirada das "moedas podres" do leilão de privatização da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica).
Com a decisão de Lacombe, as "moedas podres" (títulos do governo com baixo valor de mercado) que constam do edital de privatização da Embraer poderão ser usadas no leilão da estatal, marcado para 4 de agosto.
O pedido de suspensão da liminar foi encaminhado na semana passada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico).
A liminar tinha sido concedida há 15 dias pela juíza da 4ª Vara da Justiça Federal, Naíde Azevedo de Almeida, que acatou ação civil pública encaminhada pelo procurador da República, Januário Paludo.
Paludo disse ontem no início da noite que não sabia da decisão do juiz e que vai aguardar comunicação oficial para decidir o que fazer.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos acusa a diretoria da Embraer de estar produzindo peças de aviões em quantidade elevada para contratos que não foram divulgados.
O diretor do sindicato Edmílson Rogério de Oliveira usa como prova um relatório de produção do dia 24 de maio, onde está registrada a fabricação de 17.876 peças. O relatório foi divulgado ontem pelo sindicato.
O diretor comercial da Embraer, Juarez de Siqueira Brito Wanderley, disse, por meio da assessoria de imprensa, que a empresa não iria comentar o assunto.
"A diretoria da Embraer está fazendo uma política deliberada para mostrar que a empresa está em crise", disse Oliveira.

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