São Paulo, quinta-feira, 2 de junho de 1994 |
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Sacchi renova o futebol italiano mas ainda não definiu sua equipe
JAIRO DOS SANTOS
Acha que é possível ganhar e jogar bonito, ou seja, beleza e resultados não brigam. Ele saiu do nacionalismo exacerbado sem ir para o outro extremo, que seria uma cópia acrítica de modelos estrangeiros. Vejamos alguns dos aspectos que ele defende. O primeiro é a marcação por zona, que é um estilo sul-americano e britânico. Os problemas da última linha de defesa estão praticamente resolvidos por adotar a defesa do Milan, de marcação por zona. Sacchi é adepto do "pressing", que é o time todo se movimentar como se fosse um único jogador, em um espaço entre 25 e 30 metros, com grande pressão sobre o homem da bola. O esforço físico e a atitude são característicos do futebol britânico. O contra-ataque é típico do futebol italiano. O time tem o que se chama "espírito do contra-ataque", que ocorre quando se considera que ele começa quando o adversário ainda está com a bola. Há muita mobilidade e velocidade. A preocupação é de não deixar pontos de referência. A idéia é não ter atacantes fixos, para não facilitar a marcação. Também há muita movimentação sem bola, o que não deixa de ser influência de Zagalo em 70. A busca de um time ideal fez com que ele Sacchi ainda não tenha definido a equipe e isso já está causando preocupação. Falta definir o meio-campo pela direita e o terceiro atacante, se houver. A novidade é que Sacchi parece estar optando pelo 4-3-3, mas, para nós, brasileiros, pela escalação, ele ainda se assemelha a um 4-4-2. São só números, mas retratam que no futebol também estamos diante de problemas semânticos. Texto Anterior: Um índio Próximo Texto: Itália enfrenta perigosa Suíça Índice |
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