São Paulo, quinta-feira, 2 de junho de 1994
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Nova dança brasileira sobe ao palco

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Evento: Algo Estranho - Primeira Sondagem de Coreógrafos
Quando: de hoje a 26 de junho, de sexta a sábado, às 21h, e domingos, às 20h
Onde: Auditório Augusta (r. Augusta, 943, tel. 011/257-7575, região central)
Preço: 5 URVs

Os bailarinos e coreógrafos independentes de São Paulo estão ganhando mais um espaço.
Organizada por Regina Jeha, Sonia Galvão, Paulo Vinicius e pelo bailarino e jornalista Zeca Carmago, colaborador da Folha, a mostra se inspira em eventos semelhantes dos Estados Unidos e Europa.
Além de dar oportunidade a intérpretes e criadores que realizam pesquisas experimentais e trabalham à margem da produção convencional, "Algo Estranho" pretende descobrir e dar impulso a novas concepções de linguagem.
A falta de preconceitos é uma das marcas do evento. Entre os trabalhos dos 26 coreógrafos, há desde coreografias fundamentadas em danças étnicas até uma trilogia inspirada na "dance music" de Uganda dos anos 60.
O espetáculo de abertura será uma espécie de pot-pourri das próximas apresentações.
Dançando trechos de peças que serão apresentadas na íntegra no decorrer do evento, estarão em cena Paulo Vinicius, Ciça Meirelles, Roberto Ramos, Marcia Goren, Henrique Stroeter, Zeca Camargo, Cristina Beluomini, Marina Mesquita e Sandro Borelli.
Cada espetáculo tem cerca de uma hora. Entre as próximas atrações há, por exemplo, Key Sawao (bailarina do grupo República da Dança) interpretando uma criação própria: "Calcinha", que integra a linha humorística da mostra.
Bailarinos que até então vêm atuando em elencos de grupos estabelecidos, como o Balé da Cidade de São Paulo, também começam a incursionar pela criação.
É o caso dos bailarinos Ana Luiza Seelaender e Raymundo Costa, que resolveram mostrar seus dons coreográficos.
Cristina Brandini, Telma Bonavita, Silvia Rosembaum e Maria Mommenson são alguns dos demais participantes da mostra, que deve se tornar anual e internacional.
Segundo os organizadores, as futuras mostras poderão estabelecer intercâmbios com teatros estrangeiros dedicados à dança.

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