São Paulo, sexta-feira, 3 de junho de 1994 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Ministro é acusado de conhecer regra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O ex-presidente do Geipot (Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes), Rilson Carneiro Raposo, disse ontem à Folha que a crise entre governo e estatais, por causa da conversão salarial em URV, é uma "farsa".Segundo Raposo, o ministro dos Transportes, Bayma Dennis, "tinha conhecimento" da regra utilizada pelas estatais para converter os salários dos funcionários "e nunca deu qualquer orientação ou disse que havia erro". O governo anunciou a demissão de 50 pessoas de cargos de confiança de seis estatais –dentre elas o Geipot– que teriam convertido os salários em URV pelo pico e não pela média do quadrimestre (novembro de 93 a fevereiro de 94), como determinou o Plano Real. Rilson Raposo nega que tenha havido qualquer irregularidade. Segundo ele, os salários foram transformados em URV, no mês de março, pela média do quadrimestre. Isso só não aconteceu em 20% dos níveis salariais, porque a média foi inferior ao salário de fevereiro. "Foram mantidos os salários de fevereiro, porque a Constituição proíbe redução de salários", afirma. A Seplan (Secretaria de Planejamento), segundo Raposo, tem um representante em cada Conselho de estatal e deveria, portanto estar informada de como os salários foram convertido. "A Sest (Secretaria de Controle das Estatais) sabe desde abril (sobre os critérios de conversão) e não deu qualquer orientação", diz. Raposo pediu demissão no dia 31 de maio, após tomar conhecimento da portaria do ministro afastando os dirigentes das estatais acusadas. "Me senti ofendido. Não houve irregularidade alguma. O governo deveria ter dado alguma orientação sobre a conversão e não deu. Também não recebi nenhuma comunicação de que houve erro", diz o ex-diretor presidente do Geipot. Na sua opinião, o governo está "explorando politicamente o fato e transformando as estatais em vilãs da história, porque isso deu boa repercussão no noticiário". Hoje, apenas a Companhia Docas do Rio de janeiro continua sendo investigada por causa da conversão salarial. Texto Anterior: Amin volta a defender assembléia revisora Próximo Texto: Bayma nega acusação Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |