São Paulo, sexta-feira, 3 de junho de 1994
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Brasilprev pode entrar em operação neste mês

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Brasilprev, primeira estatal a ser criada no atual governo, poderá ter seu funcionamento autorizado na próxima reunião do Conselho Nacional de Seguros Privados.
A Folha apurou que o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, pretende convocar a reunião já nesta próxima semana.
O Conselho Nacional de Seguros Privados não se reúne desde o final do governo Collor.
O setor vê com apreensão a entrada no mercado da Brasilprev, que tem 40% do capital e a metade do conselho administrativo controlados pelo Banco do Brasil/Banco de Investimentos (BB/BI).
É uma estatal que pertence integralmente ao Banco do Brasil.
A Brasilprev tem gerado controvérsias, não apenas por representar um retrocesso no processo de privatização e de enxugamento da máquina do Estado.
É que, para sua criação, não foi cumprido o artigo 37 da Constituição, que prevê lei específica ou autorização legislativa para empreendimentos estatais do gênero.
O Conselho Nacional de Seguros Privados recebeu em janeiro recurso da Superprev, empresa de previdência privada (pecúlio e complementação de aposentadoria) que estava desativada e pertencia ao grupo Sul América.
A Superprev passou para o controle majoritário do Banco do Brasil e mudou sua denominação para Brasilprev.
Mas a Susep (Superintendência de Seguros Privados) vetou a nova estatal, com base em sua inconstitucionalidade.
O mérito do veto pode agora entrar em pauta. O governo tem cinco dos nove votos do Conselho Nacional de Seguros Privados.
Entre eles o da própria Susep, desde a semana passada com um novo diretor-superintendente.
Há dois pareceres favoráveis à criação da Brasilprev, um da Procuradoria da Fazenda Nacional e outro da Advocacia Geral da União (AGU).
Este último foi aprovado por Itamar há 40 dias, mas não foi publicado no "Diário Oficial".
A publicação seria normativa no âmbito da administração federal. Ou seja, permitiria que a Brasilprev, com sede já instalada em São Paulo, entrasse em atividades.
Uma terceira alternativa para que a nova estatal comece a operar dependeria de uma decisão pessoal do ministro da Fazenda, Rubens Ricupero.
Mas a Folha apurou que, por ser uma questão juridica e politicamente controvertida, o ministro preferiria se amparar num colegiado. No caso, o CNSP.

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