São Paulo, sexta-feira, 3 de junho de 1994
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Munhoz busca votos no interior para repetir trajetória de Fleury

FERNANDO DE BARROS E SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

José Antônio Barros Munhoz, 49, candidato a governador pelo PMDB paulista, ainda não tem programa de governo. Nada foi escrito. Nem um esboço.
O candidato aposta na força da mesma máquina que em 1990 levou ao governo um desconhecido Luiz Antônio Fleury Filho. Seu principal trunfo era ser a cria fiel do ex-governador Orestes Quércia.
Como Fleury em 90, Munhoz quer enraizar sua candidatura no interior para depois, na fase final da campanha, atrair os votos da capital com a ajuda da TV.
O discurso do candidato volta às teclas do municipalismo e do desenvolvimentismo, historicamente associados ao PMDB quercista.
Para firmar seu vínculo com o interior, o candidato do PMDB vai enaltecer a agricultura e apostar no seu incentivo como mola para desenvolver o Estado.
O publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha de Munhoz, já disse que "comida" é a palavra-chave do candidato.
Folha - Qual a estratégia de campanha do sr.?
Barros Munhoz - Antes do início do horario gratuito de TV, vou fazer o corpo-a-corpo com o eleitorado, sobretudo para consolidar os votos que tenho no interior.
Em agosto, vou me concentrar na capital e grandes cidades.
Folha - Quais são as prioridades de seu programa?
Munhoz - O tradicional é dizer Educação, Saúde, Transportes, Segurança etc. Minha campanha va explicar como viabilizar isso.
Folha - Como?
Munhoz - Fomentando a produção para gerar riquezas para Estado e municípios, em primeiro lugar. A segunda meta é investir em infra-estrutura. O terceiro ponto é enxugar ao máximo o Estado, com a parceria com a iniciativa privada. A quarta meta é municipalizar o que for possível.
Folha - O sr. será beneficiado pela máquina do Estado?
Munhoz - A máquina não dá votos, até tira. A eleição de Fleury em 90 deveu-se à atuação política extraordinária de Orestes Quércia e não ao uso da máquina.
Folha - Pode-se comparar sua situação com a de Fleury em 90?
Munhoz - Estou em situação muito melhor. Tenho um grau de apoiamento muito maior no PMDB que Fleury tinha na mesma época da campanha em 90.
Folha - O sr. teme ser prejudicado pelas denúncias que envolvem o ex-governador Quércia?
Munhoz - O efeito da denúncia do chamado caso Israel já se esgotou. A população já percebeu que é coisa eleitoreira e infundada juridicamente. Quércia puxará meu nome para cima.

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