São Paulo, sexta-feira, 3 de junho de 1994 |
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Fundo de Emergência tem verba desviada
REGINA ALVAREZ
O FSE (Fundo Social de Emergencia) foi criado para ser aplicado em investimentos sociais. O total do desvio chega a US$ 580,127 milhões. O valor corresponde a 3,7 vezes o lucro líquido de um banco como o Banespa no ano passado (US$ 156,4 milhões). Ao Ministério do Exército, estão sendo destinados US$ 110 milhões, sendo US$ 47 milhões para a estruturação da força terrestre, US$ 41 milhões para fardamento e US$ 22 milhões para suprimento de material bélico. A Polícia Rodoviária foi contemplada com US$ 102 milhões, e a PF, com US$ 233 milhões. A divisão do bolo de recursos do FSE beneficia também organismos internacionais, que receberam dotação orçamentária de US$ 40,1 milhões. No Ministério das Relações Exteriores, foram destinados recursos do fundo para ação de caráter sigiloso (US$ 127 mil). Foram ainda destinadas verbas no ministério para intercâmbio cultural (US$ 3,3 milhões), manutenção de serviços postais e telecomunicações (US$ 2 milhões). A Sudene foi também contemplada no orçamento com dinheiro do FSE (US$ 15,6 milhões). O Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra as Secas) ficou com US$ 63 milhões do fundo. Para a Procuradoria Geral da União, foram US$ 11 milhões. O Fundo foi aprovado pelo Congresso Revisor no início deste ano, a pedido do Executivo para garantir o equilíbrio orçamentário. Esse equilíbrio era tido como pré-condição para o sucesso do plano econômico. Parte dos recursos para a formação do FSE foi deslocado do orçamento da saúde e educação. Na época, o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, fez um pronunciamento em cadeia nacional para anunciar a intenção do governo de destinar o FSE a investimentos sociais. O assessor de imprensa do Ministério da Fazenda, Sérgio Danese, disse ontem que o ministro da Fazenda, Rubens Ricúpero não iria comentar o assunto porque não tinha informações suficientes. Texto Anterior: Estado deve se aliar ao setor privado Próximo Texto: Novas invasões dividem movimento em SP Índice |
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