São Paulo, sexta-feira, 3 de junho de 1994
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Estado deve se aliar ao setor privado

DA REPORTAGEM LOCAL

A administração pública deve aumentar as parcerias com o setor privado e profissionalizar e dar estabilidade para seus gerentes.
Essas foram as principais conclusões do debate "Viabilizando a Administração Pública Brasileira", na noite de terça, na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
O encontro foi promovido pela Consultoria Júnior Pública-FGV, empresa dos alunos da Escola de Administração da fundação, lançada na noite do debate.
A empresa pretende prestar consultoria para resolução de problemas de caráter público.
O debate contou com a presença de Telma de Souza, ex-prefeita de Santos, Michael Zeitlin, diretor da escola, do ex-ministro da Saúde Adib Jatene e dos vereadores Arnaldo Madeira e Marcos Cintra.
Jatene destacou o problema da falta de continuidade da administração pública do país. Comparou o setor estatal e privado.
Segundo o ex-ministro, na administração do setor privado, a cúpula e seus objetivos são permanentes, enquanto a estrutura é transitória e sujeita a avaliações de desempenho. No setor público, por sua vez, ocorre o inverso.
Isso sujeita a cúpula da administração pública à desprofissionalização, provocada pela interferência política na escolha de gerentes.
Isso destruiria a possibilidade de continuidade administrativa, submetida a interesses políticos e econômicos transitórios e determinados de maneira não democrática.
O tema principal das falas de Cintra, Madeira, Telma e Zeitlin foi a extensão da ação do Estado.
Todos observaram o esgotamento do modelo de gestão pública e a necessidade de parcerias com a sociedade civil e setor privado.
Cintra propôs a privatização ou a terceirização de serviços públicos, mantidos sob controle estatal.
Telma admitiu parcerias com o setor privado, mas defende, por exemplo, a municipalização de serviços de transporte.
Cintra frisou que o Estado precisa deixar de produzir bens para melhorar a capacidade de controle.
Jatene deu dados do descontrole. Na Paraíba, 91% das internações ocorrem em unidades de terapia intensiva –indício de fraude.

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