São Paulo, sexta-feira, 3 de junho de 1994 |
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Cozinheiro espera por sopa
RICARDO FELTRIN
Eram 19h20 e as inscrições tinham terminado havia 20 minutos. Com os olhos lacrimejando, o cozinheiro esperava que algum funcionário do abrigo o atendesse. Enquanto aguardava na porta do abrigo masculino –já com suas 60 vagas ocupadas–, à espera de um prato de sopa e pão, ele falava sobre o curso de seis meses que fez, de culinária. "Sou um cozinheiro de mão cheia. Sei preparar carnes deliciosas e faço comida árabe como ninguém." Prudêncio de Jesus está desempregado há um ano. Há três meses, só faz "bicos" que rendem "no máximo CR$ 100 mil por mês". Antes de entrar no abrigo –mantido por entidades assistenciais e espíritas, com apoio da prefeitura– disse ter esperança de que sua situação se resolva até a próxima semana. "Fiz uma ficha num restaurante aí no centro da cidade e na quarta-feira vou fazer um teste. Pode ter certeza que vou passar. Sou muito bom para fazer comida." Depois de 50 minutos, Jesus conseguiu entrar. (RF) Texto Anterior: Falta de divulgação deixa abrigos vazios Próximo Texto: Assalto deixou vigia sem emprego Índice |
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