São Paulo, sexta-feira, 3 de junho de 1994
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Reitores recusam participação de deputados

DA REPORTAGEM LOCAL

O Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) divulgou nota ontem afirmando que as negociações sobre a greve nas unidades educacionais devem ser mantidas no âmbito da universidade.
A nota foi divulgada um dia depois de deputados estaduais terem marcado uma reunião com os reitores e representantes dos grevistas para tentar chegar a um acordo.
Segundo a nota, o Cruesp "reafirma sua absoluta confiança na atual comissão de negociação. Entende ainda que, embora sejam benéficas as cooperações de diferentes segmentos sociais, a solução da greve será rapidamente encontrada no âmbito universitário".
Na mesma nota, os reitores Flávio Fava de Moraes (USP), José Martins Filho (Unicamp) e Arthur Roquete de Macedo (Unesp) afirmam que aceitaram o convite dos deputados para analisar "o elenco das emendas já propostas para as universidades estaduais na Lei de Diretrizes Orçamentárias, a ser votada na Assembléia este mês".
O deputado Ivan Valente (PT), da Comissão de Educação da Assembléia, disse ontem que os deputados "apenas se ofereceram como um canal para as negociações", e que não pretendem intervir diretamente na greve.
Para o reitor da USP, as negociações com os grevistas estão indo bem. "Podemos chegar a uma conclusão na segunda-feira."
O presidente da Adusp (Associação de Docentes da USP), Otaviano Helene, discorda.
Ele diz que os reitores "têm tido uma certa dificuldade em encaminhar uma proposta aceitável".
Segundo Helene, sua entidade esperou a resposta dos reitores para as propostas apresentadas na reunião que aconteceu quarta-feira.
Sobre a proposta dos deputados estaduais de intermediar um acordo, Helene afirmou que "eles são parte legítima para isso" e lamentou a decisão Cruesp: "A discussão sobre a greve passaria para um patamar mais amplo".
A greve de professores e funcionários da USP e da Unesp começou há 19 dias. Na Unicamp, começou há 23 dias.
Os grevistas exigem 27% de reajuste sobre os salários já convertidos em URV, enquanto os reitores oferecem 8%.
O salário médio de um professor doutor (nível intermediário na carreira acadêmica) é 1.200 URVs (CR$ 2,3 milhões).

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