São Paulo, sexta-feira, 3 de junho de 1994
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URV deve ficar próxima de Cr$ 2.700 no dia 30

LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os preços que ainda estiverem em cruzeiros reais em 30 de junho –véspera da criação da nova moeda– serão convertidos para reais por um fator de conversão que deverá ficar em torno de 2.700.
O critério para a conversão desses preços será o mesmo usado para converter o dinheiro depositado nos bancos (conta corrente, poupança etc.), automaticamente, de uma moeda para outra.
O assessor especial de preços do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari, disse à Folha que o governo deverá fixar o fator de conversão em torno de 2.700.
O fator exato vai depender de como vão se comportar os índices de inflação usados na calibragem da URV: o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, o IPCA série especial do IBGE e o IPC da Fipe relativo à 3ª quadrissemana.
O fator de conversão corresponderá ao último valor da URV, estimado por enquanto em CR$ 2.700,00.
Os locais que já estiverem trabalhando em URV (Unidade Real de Valor) farão a conversão para o real na paridade de um por um (uma URV será igual a um real). A transformação será automática.
Para calcular o valor em reais de uma compra de CR$ 10.000,00, o consumidor terá de dividir este total por 2.700, na hipótese de ser este o fator. A conta em reais valeria R$ 3,70.
A troca da moeda começará a ser feita pela rede bancária a partir de 1º de julho.
Ficará a critério do comércio receber ou não cruzeiros reais nos primeiros dias de julho. Mas nada impede que isso aconteça. O comerciante terá no mínimo 15 dias para fazer a troca no banco.
Urvização
Milton Dallari considera "ideal" o nível de urvização da economia a um mês de implantação do real. O governo criou a URV para fazer a transição do cruzeiro real para o real.
"Era o que o governo imaginava", afirmou Dallari. Segundo ele, 90% das indústrias já converteram os preços. No comércio atacadista a adesão é total.
A dificuldade ainda permanece no comércio varejista, inclusive supermercados. Neste segmento, apenas 30% converteram os preços. Nos shopping centers e grandes lojas a conversão já atingiu 60%, segundo Dallari.
A equipe econômica não teme remarcações abusivas de preços na troca da moeda. "Quem abusar não vai vender", afirmou. Segundo ele, a URV forçou o realinhamento de 90% dos preços.

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