São Paulo, sexta-feira, 3 de junho de 1994
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Crise na aviação beneficia Embraer

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

A guerra pelo mercado entre as companhias aéreas dos EUA abriu um novo filão para empresas que vendem aviões menores no país, como a estatal brasileira Embraer.
Nos últimos cinco anos, as companhias norte-americanas substituíram aviões a jato por turboélices em mais de 370 diferentes rotas nos Estados Unidos –de no máximo 750 quilômetros, ou duas horas de vôo.
Os jatos com mais de cem lugares geralmente viajavam muito vazios nessas rotas e os prejuízos eram crescentes.
Ao trocar os aviões por aparelhos menores, como o Brasília da Embraer, com capacidade para 30 pessoas, as empresas colocaram mais horários de vôos durante um mesmo dia e quase sempre têm mantido a lotação ideal.
O avião EMB-120 Brasília da Embraer é um dos maiores sucessos de venda da empresa nos EUA. Concorre com dezenas de aeronaves de outras companhias no mercado norte-americano e mundial. A Embraer já colocou cerca de 280 desses aviões em operação em mais de 24 países.
A economia que a substituição por aviões menores gerou varia entre 20% a 40%, dependendo da rota, segundo levantamento de custos realizado pela empresa Kidder, Peabody & Company, especializada em aviação comercial.
Embora a maioria dos fabricantes de aviões menores estejam localizados fora dos Estados Unidos, entre 40% a 70% das peças utilizadas na manutenção dos turboélices são produzidos por empresas norte-americanas.
Apesar de algumas cidades terem ficado mais bem servidas com mais vôos, os preços das passagens continuaram os mesmos e o risco de voar aumentou.
Historicamente, os riscos de acidentes com aviões movidos a hélice são entre duas a três vezes maiores do que com os aviões a jato.
Cerca de 50 milhões de passageiros fizeram viagens em turboélices no ano passado.
O tempo de vôo nas rotas não mudou muito. Embora os jatos voem mais rápido que os movidos a hélice, eles perdem mais tempo em decolagens e aterrisagens e são obrigados a voar a uma altura maior.

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