São Paulo, sexta-feira, 3 de junho de 1994
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Educação e entendimento internacional

FRANCISCUS SLUITER

Cada vez mais vemos que um entendimento global entre as nações depende, em primeiro lugar, da forma com que esses países estão inseridos na economia mundial.
Um relacionamento econômico saudável está baseado na cooperação mútua, na parceria e na busca de progressos comuns a médio e longo prazo, tanto entre nações como entre empresas.
O cenário deste entendimento é o mercado mundial e são aqueles que vislumbravam esta internacionalização que vêm despontando nos rankings de performance.
Uma visão comercial de curto prazo, voltada para mercados isolados economicamente, foi um fator presente nos principais conflitos que o mundo presenciou no passado.
Naquele contexto, não se procurava uma parceria duradoura, tampouco vantagens mútuas a longo prazo. Alguém havia de perder para que outra parte lucrasse.
Este quadro só foi alterado nos tempos modernos e desde o momento em que se percebeu a importância de uma análise dos contextos econômicos, feita a partir de uma base de conhecimento específico.
As teorias econômicas passaram a ser estudadas e difundidas com vistas a proporcionar um salto qualitativo no relacionamento entre as nações.
Com a especialização dos braços da educação, a formação de especialistas na área econômica passou a suprir a comunidade internacional com mentes voltadas à compreensão e inter-relacionamento entre os povos no campo econômico na busca de um entendimento global a longo prazo.
Um resultado decisivo da atuação desta geração de especialistas é a noção de que países desenvolvidos interagem com aqueles em desenvolvimento numa relação interdependentes que forma, na prática, um complexo bloco econômico único.
Com os novos tempos veio a necessidade de ampliar o campo de estudo da economia e de aperfeiçoar a formação de jovens economistas. Existem organizações que se dedicam a este campo e, entre elas, destaca-se a Aiesec (Associação Internacional de Estudantes de Ciências Econômicas e Comerciais), fundada em 1948 na Europa e que se espalhou pelo mundo.
A Aiesec tem 800 escritórios em 81 países, que realizam um trabalho de intercâmbio de universitários em empresas e organizações, visando a um aprimoramento técnico profissional e a uma maior vivência de diferentes culturas.
O surgimento de instituições internacionais voltadas ao intercâmbio de conhecimentos entre estudantes e professores da área oferece uma oportunidade real de compreensão global da evolução dos diferentes povos que nos diz respeito à integração econômica.
Esta evolução deixa algumas certezas. Uma empresa como a Philips não estaria prosperando há mais de cem anos e em mais de uma centena de países, não tivesse ela própria buscado adaptar-se aos novos tempos.
Isso só foi possível graças às facilidades que o aprimoramento da educação, não apenas na área da economia, vem oferecendo a milhares de jovens talentosos em vários países. São eles que levarão nossos países e empresas até o futuro.
Nesse aspecto, a realização da terceira Conferência do Tema Global –que termina amanhã no Parlamento Latino-americano, em São Paulo– está sendo uma oportunidade para estreitar o contato entre os estudantes de vários países, aprimorando o intercâmbio de informações entre eles.
É uma grande honra para a Philips patrocinar o encontro. Aqueles empenhados em sobreviver com sucesso neste novo cenário econômico mundial devem assumir o compromisso de proporcionar aos jovens economistas a integração necessária para que eles nos possam levar a um estágio de entendimento internacional pleno.

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