São Paulo, sexta-feira, 3 de junho de 1994 |
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Profissionais defendem nova lei cultural
DA REDAÇÃO O Brasil precisa de uma nova lei cultural para regular as relações entre Estado e iniciativa privada no setor, segundo os participantes do debate "Marketing Cultural".Promovido pela Folha e Fundação Bienal, o debate foi realizado no auditório do jornal no dia 18 de maio. Cerca de cem de pessoas ouviram análises sobre o apoio da iniciativa privada a projetos culturais. Participaram do debate Edemar Cid Ferreira, presidente da Fundação Bienal, Roberto Muylaert, presidente da Fundação Padre Anchieta, o produtor cultural Emilio Kalil, o publicitário Alex Periscinoto e João Madeira, gerente de projetos culturais e comunitários da Shell. A mediação foi feita pelo jornalista Marcos Augusto Gonçalves, editor da "Revista da Folha". O debate iniciou com a apresentação das idéias dos debatedores. Em seguida, cada um fez comentários sobre as análises dos outros participantes. No final, os debatedores responderam perguntas da platéia. A Fundação Bienal foi a instituição mais citada pelos debatedores como exemplo de marketing cultural. Além de Edemar Cid Ferreira, participaram dois ex-presidentes da fundação, Muylaert e Periscinoto. Os debatedores defenderam a Lei Sarney pela agilidade na obtenção da isenção de impostos aos patrocinadores da cultura. A exceção foi Muylaert, que considera a Lei Sarney "uma das maiores aberrações do Brasil em termos de desvios de verba". Todos atacaram a Lei Rouanet, vigente no país, considerada burocrática e complicada. Ferreira pediu que a participação do Estado na cultura se resuma à isenção de impostos. Segundo ele, o governo brasileiro é incompetente para administrar a cultura. Madeira apresentou o ponto de vista empresarial do marketing cultural, enquanto Periscinoto mostrou o lado publicitário. Muylaert afirmou que a isenção de impostos é um problema secundário perto da carência de bons projetos culturais. Kalil destacou a importância da ética e do profissionalismo no marketing cultural. Texto Anterior: Franceses trazem teatro de sombras Próximo Texto: Muylaert vê falhas nos projetos Índice |
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