São Paulo, sábado, 4 de junho de 1994
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FHC reconhece que diz 'coisas' imprudentes

EMANUEL NERI
ENVIADO ESPECIAL A IBIÚNA (SP)

O candidato do PSDB a presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, disse ontem que às vezes diz coisas que "talvez fossem prudentes não dizer".
"É porque eu brinco com as pessoas, faço brincadeiras ingenuamente com alegria e sai lá no jornal de uma maneira que não é de alegria", afirmou FHC.
Na última segunda-feira, FHC fez declarações que lhe causaram problemas. Ele afirmou que era "mulatinho" e tinha o "pé na cozinha". O movimento negro considerou os termos preconceituosos.
Em sua viagem ao Nordeste, na semana passada, andou de jegue com chapéu de vaqueiro, dançou forró e tomou água de coco sem canundinho. O senador Mário Covas (PSDB-SP) reprovou essas atitudes.
Ontem, em Ibiúna (70 km a oeste de São Paulo), onde tem uma casa de campo, FHC reconheceu que as críticas de Covas são "bem-intencionadas".
"O Covas está ajudando a mim mesmo. Dizendo que quando vierem com coisas que eu não quero fazer, é para fazer só o que eu quero", disse.
Covas havia afirmado que o novo estilo de campanha adotado por FHC era uma estratégia do ex-governador baiano Antônio Carlos Magalhães (PFL). O candidato nega a orientação de ACM.
"Não estou seguindo orientação de ninguém. Sigo minha orientação. Posso estar errado e estou disposto a corrigir", disse. Para ele, ACM "jamais falou comigo sobre nada disso".
"E o Antônio Carlos (ACM) não é especialistas nessas coisas, meu Deus do céu", afirmou. FHC disse que não é "político profissional".

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