São Paulo, sábado, 4 de junho de 1994
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O anjo da guarda

Em 84, o país vivia a campanha das diretas e uma de suas estrelas era o então governador de Minas, Tancredo Neves. Certo dia, ele desembarcou em Fortaleza para comandar uma manifestação. Tancredo foi recebido com aplausos.
Terminado o comício, montou-se um esquema especial de segurança para que o governador pudesse atravessar a multidão até o carro que o aguardava. Seu anjo da guarda era o chefe do Gabinete Militar, coronel da Polícia Militar Paulo Duarte, cada vez mais preocupado com o assédio da multidão.
Aberta a porta do carro, o coronel empurrou Tancredo para dentro e já ia mandar o veículo disparar quando viu a cantora Fafá de Belém tentando sair dali. Duarte não teve dúvida: empurrou Fafá também para dentro do carro.
O veículo saiu, seguido pelo carro de Duarte. Três quilômetros adiante, o coronel viu o automóvel de Tancredo estacionado. Parou e foi verificar.
Logo constatou que Tancredo conversava animadamente com Fafá. O governador o viu e disse:
– Coronel, se o senhor não fosse da polícia eu lhe promovia a general.

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