São Paulo, sábado, 4 de junho de 1994 |
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Comércio se arma para 1º de julho
MARISTELA MAFEI
O dia D do real reúne dois indícios que apontam para lojas cheias: é um dia 1º e cai em uma sexta-feira. Muitos assalariados recebem o pagamento no último dia útil do mês e reservam justamente a sexta-feira e o sábado para as compras. A perspectiva é a de que o maior afluxo de clientes coincida com situação favorável a problemas operacionais. Daqui a 27 dias, as pessoas ainda irão carregar a moeda antiga, o cruzeiro real, no bolso. Na outra ponta, as contas a pagar já terão que ser necessariamente expressas na nova moeda, o real. Existem dúvidas também se as grandes lojas, que chegam a ter 30 mil produtos em exposição, como é o caso do Mappin, irão conseguir trocar as etiquetas de todos os seus produtos em tempo hábil. Para uma loja que vende principalmente eletrodomésticos, como a rede Ponto Frio, a entrada do real não deverá ocasionar transtornos –já que as pessoas pagam compras de maior valor em cheque ou com cartão de crédito. Mas para os hipermercados e lojas de departamento, que vendem desde grampos para cabelos até geladeira e joiás, a situação é mais complicada. Até aqui, a informação que se tem é a de que o comércio não poderá recusar os cruzeiros reais nos primeiros dias de introdução da nova moeda. Dois preços Por isso, grandes redes de lojas de departamento, como a Mesbla, já optaram por abrir suas portas no dia 1º de julho com dois preços fixados na sequência do código de barras de seus produtos, um em real, outro em cruzeiros reais. O Mappin descarta a possibilidade de ter duas etiquetas -mas cogita convocar 3,5 mil funcionários para realizar a etiquetagem em real na madrugada no dia 30 de junho para 1º de julho. "Vamos ter funcionários treinados para fazer o câmbio na hora para quem tiver cruzeiros reais no bolso", informa Sergio Orciuolo, diretor de comunicação da rede. O Mappin vai manter, até o final do mês, compras com preços à vista parceladas em dois cheques, desde que o segundo cheque não ultrapasse a data de 30 de junho. Já a Mesbla irá introduzir gradativamente as etiquetas com valores expressos em URV a partir de 23 de junho. Segundo Carlos André De Laurantis, diretor da Mesbla, a idéia é fazer o consumidor se familiarizar com o real antes da entrada da nova moeda. Os shoppigns centers deixarão a decisão de como operar no dia 1º de julho para os lojistas. O Shopping Center Iguatemi, de São Paulo, vai realizar um café da manhã com seus lojistas no próximo dia 27 para tomar as decisões finais. "Vamos dar suporte para que o lojista possa se orientar e assim estar preparado para prestar os esclarecimentos necessários ao cliente", diz Ana Regina Neves, diretora de marketing do Iguatemi. Próximo Texto: Supermercados podem permanecer fechados dia 30 Índice |
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