São Paulo, sábado, 4 de junho de 1994
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Roger Milla está entre os 22 de Camarões

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O técnico da seleção de Camarões, Henri Michel, divulgou ontem que o veterano Roger Milla, de 42 anos de idade, está convocado para a Copa do Mundo.
Michel fez alterações de última hora na lista definitiva que será entregue hoje à Fifa.
As modificações, com a convocação dos jogadores Victor Ndip Akem e Louis Paul Nfede, foram causadas pela manifestação que a torcida camaronesa fez no início desta semana.
Milhares de pessoas saíram às ruas de Yaoundé (capital de Camarões) para protestar contra o técnico Henri Michel.
Os torcedores reclamavam contra a não-convocação de quatro jogadores: Ndip, Nfede, Osomo e Jean-Claude Pagal.
A manifestação agravou ainda mais a crise que o técnico Henri Michel enfrenta na seleção de Camarões, que é uma das adversárias do Brasil na primeira fase da Copa, junto com Rússia e Suécia.
Se o treinador cedeu a algumas das pressões convocando Ndip e Nfede, não cedeu a outras, que envolvem mais duas grandes polêmicas no grupo camaronês.
Michel não convocou o meio-campista Jean-Claude Pagal, que na última segunda-feira lhe deu um soco, quando a equipe embarcava para as Antilhas no aeroporto de Paris.
A agressão foi a gota d'água que causou a manifestação nas ruas de Yaoundé.
A outra grande crítica da torcida que o técnico não solucionou foi a ida de Roger Milla para os Estados Unidos.
A torcida, no protesto de Yaoundé, dizia que Milla só estava sendo convocado por ser "amigo de Henri Michel", já que ele não tem condições para disputar mais uma Copa do Mundo.
Roger Milla foi uma das maiores atrações do Mundial de 90 na Itália, quando a seleção de Camarões foi a primeira africana a conseguir chegar à quartas-de final.
Naquele ano, Camarões surpreendeu desde o começo, ao vencer a Argentina de Maradona no jogo de abertura da Copa.
Agora, porém, a torcida camaronesa não pode nem ver o atacante na frente. As acusações de que ele é amigo de Henri Michel se concretizam com sua nomeação, além de jogador (ainda que reserva), para diretor administrativo da seleção.
Roger Milla desistiu de sua "aposentadoria" pela segunda vez este ano.

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