São Paulo, domingo, 5 de junho de 1994
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ACM critica campanha tucana

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães (PFL) afirmou ontem em Salvador que o comando da campanha de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) "tem sido ineficiente".
"Eu não gostaria de dizer que está faltando comando na campanha. Mas o comando tem sido ineficiente", afirmou aos jornalistas.
"Seria bom que todos colaborassem com FHC, até mesmo com críticas, assim a campanha iria melhor", afirmou.
Na opnião de ACM, a campanha de FHC está com um ritmo melhor nos últimos dias. "Mas acho que ela poderia estar alcançando seus objetivos com maior rapidez", afirmou.
ACM disse que há falta de sintonia entre os interesses regionais da campanha e de FHC. Ele pediu mais entrosamento:
"Os tucanos, na realidade, são boas pessoas. Mas essa é uma eleição diferente. Nos Estados, cada um está com interesses localizados. Há candidaturas ao Senado e governador. Tem que se fazer tudo isso nos Estados, mas dando um empuxo (empurrão) maior para a candidatura a presidente".
Sobre o desempenho de FHC, ACM disse que "melhorou, porque toda vez que se discute o problema da mão (símbolo da campanha), se fala de mulato ou do jegue. Ele está em evidência".
Ao responder se FHC estaria ou não seguindo suas sugestões, o ex-governador disse: "Acho que não. Ele está prestando atenção nos outros candidatos".
ACM disse que se reuniu com o ministro Henrique Hargreaves na noite de quinta-feira, em Salvador. Eles trocaram idéias para "dinamizar" a campanha e definiram como cada um deles poderia atuar nesse sentido.
"O Hargreaves mostrou tambem que estava interessado em ajudar, o que não seria interesse dele se não fosse também do presidente Itamar Franco", afirmou.
Doente
Gripado e com febre, Fernando Henrique Cardoso cancelou os compromissos de campanha marcados para ontem e permaneceu em sua casa de campo de Ibiúna (70 km a oeste de São Paulo).
O candidato tinha marcado reunião, em São Paulo, com o publicitário Nizan Guanaes, responsável pelo marketing de sua campanha. Participaria de outras reuniões com assessores.
FHC afirmou à Folha que, se melhorar, voltará hoje a São Paulo. Na véspera, em Ibiúna, estava abatido e demonstrava um pouco de dificuldade para andar. Firmava a mão na coxa direita sempre que ia subir um batente.
Mas ele negou que estivesse enfrentando uma nova crise de coluna. Quando era ministro da Fazenda, FHC teve hérnia de disco e foi submetido a tratamentos médicos.

Colaborou EMANUEL NERI, da Reportagem Local

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