São Paulo, domingo, 5 de junho de 1994 |
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Escultor expõe obras feitas com dejetos jogados em rio Peças ficam dentro de ribeirão assoreado com minério PAULO PEIXOTO
O objetivo é protestar contra o assoreamento (obstrução) do rio provocado por mineradoras. O assoreamento é resultado do acúmulo no rio de resíduos de minério. O projeto foi lançado na última sexta-feira, na semana do Dia Mundial do Meio Ambiente. O ribeirão dos Macacos está localizado no distrito de São Sebastião das Águas Claras, distante 20 km de Belo Horizonte. Santana utiliza no projeto "Alquiminera" o próprio minério que obstrui o rio. "É um material abundante, que está lá como lixo, poluindo e acabando com o rio. Decidi pegar as obras e pôr no ambiente, no próprio assoreamento". Ele trabalha ainda com concreto celular (blocos de cimento, areia e cal). As esculturas retratam partes do corpo humano, estilo que ele chama de "figurativo humano". Léo Santana mora no local desde 1986 e diz que há poucos anos dava para pescar e nadar no rio. "Agora, as águas cobrem apenas o pé", diz. Para Santana, as mineradoras que atuam na região precisam criar uma represa para decantar (separar) o minério e devolver somente água limpa ao rio. Ele pretende que as mineradoras façama contenção do minério na própria área das empresas. As esculturas de Santana têm de 60 centímetros a 1,30 metro. Em uma área de 300 metros de extensão, ele expôs nas margens e dentro do rio um total de 60 obras. Em uma de suas obras, mostra a poluição causada pelos frequentadores do local. O lixo jogado no ribeirão (pneus, latas e papéis) é "recolhido" por uma mão. Entre 1991 e 1992 Santana participou de uma exposição de esculturas em Berlim, na Alemanha. Texto Anterior: Despoluição do Paraíba ganha US$ 100 mi Próximo Texto: Mulher com medo do tempo congela embrião Índice |
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