São Paulo, domingo, 5 de junho de 1994 |
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Rússia deve sentir a ausência dos craques Conflito publicitário prejudica time JOHAN CRUYFF
Ninguém, a não ser os próprios jogadores russos, é capaz de saber qual rendimento terá um um combinado marcado por graves problemas entre o técnico e seus comandados. O treinador russo, Pavel Sadyrin, teve que lutar mais para manter um grupo unido do que por questões puramente técnico-táticas. Uma vez mais, temas extra-esportivos –o acordo da Federação Russa de Futebol com uma marca de produtos esportivos bateu de frente com os contratos publicitários individuais dos jogadores mais importantes– desconcentrou a seleção. Os jogadores Igor Shalimov (Internazionale, da Itália), Kanchelskis (Manchester United, Inglaterra), Kulkov (Benfica, Portugal), Kiriakov (Karlsruhe, Alemanha), Kolyvanov (Foggia, Italia), Karpin (Spartak de Moscou) e Dobrovolski (Dinamo de Moscou), entre outros, negaram-se a disputar o Mundial. Ao final de uma verdadeira novela, alguns decidiram ir ao Mundial; outros foram barrados de vez. O potencial russo é grande, apesar da divisão da União Soviética. Sem dúvida, a ausência de seus melhores jogadores deve diminuir o nível global do time. Por essas razões, é difícil fazer um prognóstico. Em linhas gerais, trata-se de um equipe que tem características que me agradam. No Barcelona, tentei criar (ou, em alguns casos, fixar) a figura do jogador polivante, atletas que são capazes de jogar em diferentes posições do campo durante uma mesma partida. A polivalência cria dúvidas no rival: as trocas de posições desconcentram muitos marcadores, que deixam espaços livres, ideais para serem criadas muitas chances de gol. A Rússia dispõe desses jogadores. Apenas se espera que eles rendam o máximo e que não sintam as elevadas temperaturas norte-americanas. Texto Anterior: Romário promete gol hoje à tarde Próximo Texto: 'Quero ser titular na Copa, mas sem neurose' Índice |
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